“Iê, Viva Mateus!”
Para encerrar o mês de Agosto, trazemos hoje um pouco do REI, um pouco do MESTRE: Mateus Aleluia!
O Homem dono da voz potente e única, que canta cantos ancestrais e toca direto na nossa alma.
Agosto é também o mês da Festa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Mesma cidade em que nasceu Mateus Aleluia e que ele passou a infância. Foi ali que ele frequentou os terreiros, as festas, as rodas de samba e as igrejas. Vem desta vivência sua musicalidade e espiritualidade. Arriscou sozinho tocar instrumentos como violão, tambor…
Esse nosso jeito de ir lá e aprender a olhar… depois aprender a fazer…
Saiu da Bahia para o Rio de Janeiro e lá formou o grupo Tincoãs (um marco na história da música trazendo a sonoridade e as referências dos terreiros de candomblé… se você nunca ouviu falar deles, procure saber, hehehe). E do Rio foi para Angola, onde ficou por mais de 20 anos.
O músico e compositor chegou a afirmar em uma entrevista: “Na minha cidade, acho que todo mundo era da música. Sempre fez parte. Nunca fui violonista, só tocava violão. Mas também tocava surdo. Quando fui para os Tincoãs, precisava de um atabaque, mas eu já tinha, de forma intuitiva e contornada, os ritmos do candomblé.”
“Ô, gira, deixa a gira girar
Ô, gira, deixa a gira girar
Ô, gira, deixa a gira girar
Ô, gira, deixa a gira girar”
O artista girou e encantou com sua musicalidade por onde passou. Com os Tincoãs produziu e gravou 5 discos. De volta ao Brasil e em carreira solo 3: “Cinco sentidos”, “Fogueira santa” e “Olorum”.
Além de artista também é pai, de um casal que segue seus passos, a filha Fabiana Aleluia é cantora e o filho Mateus Aleluia Filho, multi-instrumentista.
Eu amo Mateus Aleluia.
É aquela pessoa que eu queria ser amiga: viajar, tomar café juntos e ouvir cantar no final de uma tarde de chuva, ao cheiro de bolo de fubá com goiabada e com a risada das crianças ao fundo.
Acho um Preto elegante… inteligente… vocês já ouviram Mateus Aleluia?
Eu nem sei se ele toma café, mas tenho para mim, que o dono daquele olhar sublime é de uma realeza que toma café de coador de pano enquanto conta alguma coisa com o chapéu no canto da mesa.
Aquele vozeirão sério, que sorri com as palavras. De melodia que forma oração.
Esse lugar é meio sagrado entre canto e lamento. O respiro entre voz e o silêncio.
A voz do Mateus, é para mim, lugar de encontro.
E nestes encontros, de ancestralidade, musicalidade e espiritualidade é preciso estar atento.
Todo mundo tem a aprender com esse Gigante, basta ouvi-lo.
“Iê, Viva Meu Mestre!”
Para conhecer os Tincoãs:
https://www.youtube.com/watch?v=NEsv5GWOsiI
Para ouvir:
https://www.youtube.com/.../UCNpUZ4foOfIrLVbwAbd.../featured
Para assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=ArLYJEsoUlw
