Ilé Ifé no Festival É Coisa de Preto: Somos as referências do que queremos que nossas crianças sejam

Gabriella' Iyabo Kokumo
revistaokoto
Published in
2 min readDec 4, 2022

De 18 a 20 de novembro de 2022, aconteceu o II Festival É coisa de preto, organizado por nosso Kilumbu, na nossa sede em SP.

Na programação, o Ilé Ifé conduziu uma mesa sobre Educação. Pra quem quiser ver, a live tá salva na nossa página do Instagram.

Um dos comentários que surgiu na roda foi sobre a publicação da cantora Luedji Luna, que tem um filho pretinho bem pequeno que já sofre discriminação por crianças brancas.

E aí que a gente vê o quanto o integracionismo é prejudicial, é pedir pra sofrer racismo. Mas quantas famílias realmente estão dispostas a ajudar a construir uma comunidade em que as crianças sejam brabas pra se defenderem do racismo, mas antes de tudo estejam num ambiente em que se reconheçam entre outras crianças e adultos pretos?

Se fala tanto da importância de uma identidade positiva na infância, mas quem quer pagar os custos pra ser essas próprias referências?

Além da exposição das nossas crianças à violência dos mini yurugus, o convívio com brankos ainda aumenta o risco da palmitagem. Quanto mais dentro do mundo de quem domina, mais normal e até belo, vc passa a achar aquele mundo.

Ser Kilûmbu é poder criar pessoas pretas com o mínimo de fragilidades que o racismo causa. Afinal de contas, opressão é lance secundário, quando a gente ta mais preocupado em resgatar nossas referências de força, beleza, cuidado, inteligência, espiritualidade, enfim: nossa humanidade africana.

Arte: Tibor

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