Pensando aqui…

Lua Cruz
revistaokoto
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2 min readOct 6, 2022

Lembro dos papos que tive quando tava participando do processo de educação Racial — CFK do Kilûmbu Òkòtó, sobre academia (universidade), de como é um ensino que serve para formar pessoas na base da razão, sem levar em conta os ensinamentos de vida.

Aplicando nisso a prática e teoria, percebo na minha volta que as pessoas mais velhas na base dos 50 pra cima, tiveram uma experiência bem diferente de nós jovens de 15 a 30 e poucos anos em relação ao racismo. O dificultoso pra eles era acessar esse espaço branco que é a universidade, mas em compensação eles tem muito a ensinar sobre como se virar na prática, sobre ter autonomia pra lidar com as dificuldades da vida e pra manter uma família.

Enquanto nós mais jovens temos muita informação e desinformação também disponível, ficamos paralisados, a ponto da gente não conseguir decidir em quais assuntos focar pra de fato colocar em prática.

Apesar da mentalidade de muito dos mais velhos acreditarem que somos todos iguais e que alcançamos muitos direitos, apenas porque não tão nos impedindo de acessar esse meio acadêmico/escolas. Eles tiveram uma vivência bem mais pesada em relação ao racismo, sabem como as coisas funcionam, tanto que muita das vezes são eles os primeiros a racializar as nossas relações.

Um exemplo, a minha avó e eu nunca tivemos uma relação equilibrada, mas apesar disto, ela quem apontava quando eu preferia estar rodeada de branco do que estar em família. A mesma coisa meu primo-avô, que estranhava quando eu participava das comemorações de família.

No entanto fica nitido que por mais que na prática eles demonstrem esse saber sobre questões raciais, também terão suas limitações de entendimento mais puxado pra raiz do problema.

Mas apesar disto como faz falta os ensinamentos dos mais velhos pra trazer essa esperteza aos mais novos!

#kilumbuokoto

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