"Liberdade cantou!"

Samuel Elias
revistaokoto
Published in
4 min readMay 11, 2021

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Salve, salve, galera, boa tarde, boa noite, bom dia.✌🏾😉

Em 11 de fevereiro de 1990..

Foi o dia que, depois de um longo período de negociações com o governo da época, Mandela aceita sua liberdade, sob a condição de que todos os presos políticos fossem libertados e que seu partido ANC fosse legalizado.

Sem motivo conhecido (mas nós sabemos qual foi o motivo, né? rs), logo que começou o Ensino Fundamental, sua professora lhe atribuiu o nome Nelson, inglês, que era popular e muito mais fácil de pronunciar, aquela parada de a gente aceitar com uma certa facilidade os nomes gringos mesmo não sabendo pronunciar e em contrapartida, a gente ficar preocupado se os outros vão saber pronunciar nossos nomes africanos conforme vamos nos identificando e escolhendo um nome ancestral que remeta a África em nós, poh’a nenhuma!
Eles que lutem pra aprenderem a pronunciar nossos nomes africanos rs.

Antes de ser Nelson Mandela, ele foi Rolihlahla Dalibhunga, nascido em 18 de julho de 1918, na tribo Tembu, parte da nação Xhosa, na África do Sul.

Rolihlahla, que na língua Xhosa significa aquele que ergue o galho da árvore, ou, popularmente, encrenqueiro e Dalibhunga, um nome Xhosa que ganhou aos 16 anos em seu rito de passagem para a vida adulta, e significa criador ou fundador da conciliação, do diálogo.

No início da década de 1940, Mandela estudava Direito em uma Universidade onde era o único negro da turma ( se a gente tem que contar quantos Pretos tem nos espaços que a gente frequenta, acho que estamos no lugar errado não? rs), e se deparava com um país cada vez mais dividido entre brancos e negros.

Mandela então começa a participar de movimentos estudantis que tinham como objetivo lutar pela igualdade de direitos e respeito às pessoas negras.
Depois de formado em Direito, ele funda com o também líder sul-africano antiapartheid, Oliver Tambo, o primeiro escritório de advogados negros do país.
No mesmo período, casou-se com sua primeira esposa, Evelyn Mase, com quem teve quatro filhos.

Madiba já era envolvido politicamente ao ANC (Congresso Nacional Africano), e logo tornou-se uma figura importante dentro da organização, junto com seu amigo Tambo.

Em 1948, um partido alinhado com causas nazistas ganha as eleições do país. No ano seguinte, institui o Apartheid, separando brancos e negros através de leis que julgavam a partir da ideia de superioridade da raça branca. Pessoas negras perdem seus direitos, suas terras, sua dignidade e tudo mais que os brancos pudessem tomar.

Foi então que Mandela começou a liderar protestos pacíficos contra o regime.
Foi um movimento de luta parecido que o levou de um líder pacífico a um homem que chegou a defender o uso da violência para resistir aos horrores do Apartheid.

Nelson casou-se com Winnie Mandela em 1958, mas não puderam aproveitar muito a vida conjugal. A partir de então, os dois foram presos em diversas ocasiões por causa do ativismo político.

Arte: Izaias Òkòtó

No começo da década de 1960, o governo endureceu ainda mais o tratamento às pessoas negras, o ANC foi proibido e Mandela tornou-se um clandestino: viajou ao Marrocos e à Etiópia aprendendo técnicas de guerrilha, aprendeu a pegar em armas.

O ponto de partida para essa mudança de atitude foi o episódio que ficou conhecido como Massacre de Sharpeville, onde 69 pessoas negras foram assassinadas em um protesto pacífico contra as leis segregacionistas.

Era 1962 e Mandela, atuando de forma clandestina segundo as regras nacionais, saiu do país a fim de juntar fundos para financiar a sua ideia de luta armada, e obter treinamento militar.

Em uma blitz policial, foi preso por deixar o país sem permissão.

Somente dois anos depois, que ele foi acusado de sabotagem e preso com vários outros líderes políticos negros.
Havia a possibilidade de ser punido com pena de morte, mas Mandela escapou, e foi condenado à prisão perpétua.

Enquanto estava preso, Mandela se recusou diversas vezes a ser solto, pois não chegava a um acordo com os líderes nacionais brancos sul-africanos. Ele exigia liberdade a todos os presos políticos, e que o seu partido, ANC, fosse legalizado.

A pressão mundial pela sua soltura começou a ser grande demais para o Governo, que sofria com boicotes e campanhas negativas em todo o resto do mundo.

Depois de anos de negociação, finalmente o governo sul-africano aceitou as condições de Mandela, que saiu da prisão no dia 11 de fevereiro de 1990, aclamado por uma multidão.

A saída de Mandela da prisão aconteceu juntamente com o fim oficial do regime de Apartheid, sinalizando para uma África do Sul mais justa e igualitária.

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