Na vida não tem gandula!
Tem uma parada que quem jogou bola na rua sabe é que na vida não tem gandula. Quem quer jogar, tem que buscar a bola. A única certeza de quem tá jogando bola é que uma hora vai isolar a bola. Até Ronaldinho, Ronaldo isolavam! Era raro, mas rolava!
Só erra quem tenta, e quem erra tem que saber que precisa buscar a bola pro jogo continuar. O axé é querer jogar, é fazer qualquer ebó pro jogo tá rolando. Já viu quando a bola voa longe, e quem vai buscar não acha a bola e fica brigando com quem tá esperando? Ai os cara acha a bola, continua o jogo e o cara tá lá discutindo que a bola sumiu… Também tem os caras que não querem buscar a bola, ficam reclamando, mesmo sabendo que ele mesmo isola… E os que se acham donos da bola e querem levar a bola embora pra sair ganhando mesmo quando já perdeu? Pqp!
Na vida num tem gandula não. Quer jogar, levanta a bunda e vai buscar a bola quando ela voa longe. Se quiser levar a bola embora quando perde, pra dizer que ganhou, se os cara não te der uma surra e roubar sua bola, arrumam outra e jogo que segue. Tá tranquilo! Vai chorar na cama ou no colo da mãe que é lugar quente! Da pra associar com a capoeira tbm, errado é quem leva! Se quiser chorar, sai da roda! Se adianta! Atravessa o jogo não que vai ser atravessado.
A vida é igual o futebol de rua, quem vacila tem que correr pra buscar a bola, quem erra tem que se adiantar pro jogo continuar. Se atrapalhar, o erro é você continuar no jogo! O erro é você não ser cobrado. Se você não tá preparado pra correr atrás dos seus erros e resolver eles, rápido, você não tá preparado pra viver. Vai ter que ficar no banco de reservas, encostado, morto, aplaudindo o sucesso dos outros. É onde você vai dar certo!
E quem é o rei da bola, quem é o rei da pelada, de qualquer futebol do planeta? Quem é o rei da capoeira? Claro que é os canela fina, claro que é o homem preto!
Claro que é o axé do homem preto que mantém o jogo sendo jogado! Sem o homem preto, o jogo da vida do povo preto já tinha acabado a muito tempo. Sem o homem preto, não existe povo preto.
Laroyê!
