O diabo mora nos detalhes

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Todo mundo tem um propósito na vida. Mesmo que esse propósito seja se manter inerte, mesmo que seja não evoluir. Querer se manter acomodado também é um propósito. Mesmo que o desejo seja involuir, se afogar em merda e ceifar a própria vida, ainda é um propósito.

E pensando em propósitos que sejam no sentido de buscar progredir, a gente tem a diferença entre propósito individual e propósito coletivo. O propósito individual ainda é daqueles que todos possuem. Se seu propósito visa o progresso do seu grupo familiar nuclear, ele também pode ser considerado individual.

Quando falamos de propósito coletivo estamos falando em metas que vão impactar um grande grupo de pessoas de forma estrutural. Seja solidificando uma estrutura existente, seja colaborando para a construção de uma nova estrutura que beneficiará aquela coletividade. E sendo uma estrutura de comunidade, servirá a todos que dela utilizam.

Quando se tem um propósito individual, o seu alcance estará quase sempre condicionado ao sustento do propósito (individual ou coletivo) de outro. Um exemplo é o lance de construir uma carreira, em qualquer área, visando, principalmente, grandes corporações. Você vai precisar estar dando o seu melhor e mostrando suas capacidades dentro das empresas pelas quais vai passar. E todo esse esforço por reconhecimento, para chegar em um patamar alto dentro desse segmento vai estar beneficiando mais os donos dessas empresas do que você. Porque se em determinado momento eles estiverem te pagando um bom salário de tantos X, é porque estão tendo um retorno de, no mínimo, XXX.

No trabalho por um propósito coletivo, seu esforço também beneficiará a outros. A diferença é que esses outros também estarão trabalhando no mesmo propósito que o seu. Portanto, te beneficiarão também. Pense aqui na estrutura de uma comunidade de terreiro. Em dias de obrigação, estão todos voltados para aquele mesmo propósito que, no fim é em prol do fortalecimento daquela casa de axé. Ora… Estando sua casa fortalecida você consequentemente não estará também?

E pensando justamente nesses casos dos terreiros enquanto estruturas comunitárias pretas, imaginem se fosse aplicada a negócios familiares/comunitários o nível de organização necessária para sustentar um bom andamento de ritos das comunidades de terreiro (quem já viu ou viveu isso sabe bem do que estou falando). Imaginem quantos negócios autônomos e sólidos não existiriam.

Mas como é dito… O diabo mora nos detalhes. O brankkko tirou nossa capacidade de acreditar na possibilidade de sermos economicamente prósperos sem passar por eles. Porque mantendo essa dependência, o quinhão deles tá garantido. A gente precisa acordar pra essa porra urgentemente!

Por Tibor

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