O integracionismo e a morte da comunidade preta

Ultimamente tenho acompanhado muitos filmes e séries com protagonismo preto e uma coisa comum na maioria deles, se não em todos, é o quanto constroem narrativas que nos fazem acreditar, mesmo que inconscientemente, o quanto os brancos têm poder sobre nós. Na série Them, que se passa nos anos 1950, uma família preta, cujo pai é engenheiro, se muda para um bairro TOTALMENTE branco. Consequência, a família vive um verdadeiro tormento com os vizinhos que não aceitam pretos na vizinhança, e além disso, o casal pagou muito mais caro pelo imóvel do que a galera branca.

Existem muitos pretos que acham que ter sucesso na vida significa ganhar muito dinheiro e viver em lugares que não os aceitam. Sim, a história se repete, mas a galera finge não ver, depois reclamam por estar sofrendo racismo. Fomos ensinados que tudo de bom na vida só vem a partir do branco, então, nos desdobramos para estar sempre servindo-o, quando poderíamos estar contribuindo para o crescimento das nossas comunidades. Não adianta sermos médicos, engenheiros ou qualquer outra profissão de status branco, pois independente disso somos negros e por isso seremos sempre suspeitos. Só ver o que aconteceu com a delegada preta que foi proibida de entrar na loja cara lá. Ou com a advogada que foi algemada na delegacia.

Se não temos espaços que nos cabe, o que é mais lógico, criar um lugar nosso ou se mutilar pra caber em qualquer lugar? A resposta parece óbvia, mas pra isso é necessário disposição e isso é bem difícil quando é pro povo preto, porque quando é pra servir aos opressores sempre se dá um jeitinho. Quando estiver tudo encaminhado, quem sabe essa mesma galera não chegue pra usufruir do que alguns poucos se esforçaram pra construir!

Pega a visão do Carter G. Woodson no livro a des-educação do negro:

A raça só vai se livrar dos exploradores quando decidir fazê-lo. Ninguém mais pode realizar essa tarefa por ela. Precisa planejar e fazer por si mesma.