O Predestinado — Parte 1
Kito foi um rapaz muito à frente do tempo dele, nasceu num pequeno Vilarejo no Quênia e desde de criança já tinha voz ativa na sua comunidade.
Kito era filho de Aziza e Nassor, os pais já sabiam o nome do filho antes mesmo de Kito dar a luz, eles já sabiam a exata feição que Kito teria desde os primeiros meses de vida do menino, tanto que Nassor fazia desenhos do rosto de Kito e ao passar os anos viam que de fato era idêntico a feição ao desenho.
Nesse pequeno Vilarejo todos os casais tinham um ritual na hora de gerar um filho, eles se preparavam pra conceber, ficavam ao menos três dias reclusos da comunidade, o ambiente era todo preparado para ato e não digo só o ato sexual, o ambiente era extremamente aromatizado, de acordo com o aroma da preferência do casal, os alimentos consumidos era o de agrado ao paladar do casal, e no último dia músicos do Vilarejo tocavam para o casal dançar.
No final do Ritual, o casal era recebido pela comunidade com um banquete e todos festejavam. Diferente da forma desenfreada e muitas vezes não intencional que acontece no Ocidente, gerar um filho era um projeto de sobrevivência e continuidade nesse vilarejo.
Todos os pais tinham uma ideia de como o filho seria, ao menos uma qualidade que seria útil para o Vilarejo ou uma inclinação cultural, a guerra, ao plantio, seja lá qual fosse.
E Kito tinha uma missão, seus pais sempre souberam, a tua tia Aduke sonhava com a tua trajetória constantemente, era como se fosse um continuação de uma história, todo próximo sonho começava exatamente da onde parava o sonho anterior.
Kito sempre foi uma criança que aprendia primeiro que as outras crianças, ele aprendeu a falar, andar, comer sozinho, se limpar e era tão impressionante o poder de evolução do menino, que com apenas 5 anos ele já não precisava dos pais para praticamente nada, teus pais podiam tranquilamente se ocupar dos afazeres no Vilarejo e Moto se virava sozinho.
Kito era bem escuro como a noite, exalava melanina, inclusive a noite era a tua aliada, era a noite que ele buscava aprender tudo que fosse possível, dormia muito pouco, teus pais não se preocupavam com isso porque sabiam que ele descansaria na hora certa.
