O princípio

Peço licença para poder falar um pouco sobre a cosmologia africana dos Bantu- Kongo. Licença porque é uma ciência/filosofia bem ampla e que merece muita atenção para seus mínimos detalhes, e aqui trago um breve resumo a partir de um ponto de vista. Cosmologia é o estudo acerca da estrutura e evolução do universo. Segundo o conceito Kongo os sistemas solares, inclusive o qual onde vivemos, contempla a teoria do "big bang", mas não de uma perspectiva científica experimental, e confirma a teoria de criação divina. Coincidência? Não. Logo entendemos de onde partiram estas teorias dessa maneira fragmentada como conhecemos, né?!

Segundo este conceito ainda, no princípio era tudo um vazio, mas forças ativas, maiores e desconhecidas, forças estas que nos rodeiam até hoje, lá estavam. Estas forças eram capazes de criar explosões, fogo, massa em fusão, solidez e tudo mais o que sabemos que há na terra e fora dela. Esta é a tal força vital, força divina.

Interessante que entende- se o Divino como esta força que está na natureza, está em nós, que gera movimento, transformação, evolução. Algo não limitado a um único ser superior, como no conceito cristão, e possível de ver e sentir em todas as coisas.

Outro ponto que chama a atenção é como na cosmologia africana dos bantu-kongo tudo faz muito mais sentido, as coisas se encaixam. Nunca fez sentido pra mim um universo, cheio de planetas e somente um deles com vida. Sempre me perguntei qual o motivo da existência de todo um sistema, ou sistemas, se não há um antes ou um depois, como li e ouvi em algumas fontes. Esta cosmologia, nos apresenta a existência de estágios dos planetas, e aí as coisas se casam. Nesse conceito, os planetas estão em fases diferentes. A Terra, por exemplo, é um planeta verde, ou que respira. É o que está em seu auge, sua maturidade. Passou pelas fases de fogo e de cinzas ( esfriamento) e é considerado o planeta mais antigo do sistema solar. Isso significa que os demais planetas passarão por estes estágios, terão seu processo de evolução, maturidade e declínio. Isso se estende para nós, humanos. Qual o sentido de existir tudo isso, para termos uma vida terrena que logo se acaba? Este conceito também explica isso. Mas isso é papo para uma outra conversa.
A reflexão pra hoje é sobre como existe muito mais do que nos é apresentado, e de como precisamos buscar e nos alimentar do que é nosso.

Por Kamila Aranha