O que há por trás da egiptologia!

Cristiano C. da Rosa
revistaokoto
Published in
3 min readNov 2, 2022

Que o antigo Egito é a fonte primária de sabedoria do mundo, com sua ciência, engenharia, matemática, arte, isso é fato consumado. Mas, a Egiptologia criada pelos franceses conta essa realidade para distorcê-la.

Como todos os branc’os e branc’as estão fechados no propósito de sustentar a enganosa supremacia por meio do ensino, religião, práticas e ciências, para quem não ouviu falar dos egiptólogos, da egiptologia, saiba que os europeus inventaram essa área de estudo para melhor ‘compreender’ a cultura egípcia, e assim iniciaram esse então braço da arqueologia.

É interessante observar que nunca se ouviu falar de ROMAnologia ou GRÉCIologia, mas EGIPTOlogia sim, pois o antigo Egito é o grande berço da humanidade, muito antes dos europóides sequer andarem eretos, os africanos já estavam produzindo ciência e conhecimento do universo em comunhão com a natureza.

Foi o nosso povo, no continente africano, há mais de 3.200 anos antes da contagem de Cristo, que desenvolveu o que hoje é chamado de política, artes, agricultura, segurança, matemática, astronomia, ciência econômica, entre tantas outras técnicas para o constante convívio social.

Todos esses grandes feitos surgiram com a inteligência do povo do continente africano desde a primeira dinastia do faraó Menés, também conhecido como Narmer.

Os branc’os, ao se depararem com tamanha riqueza, grandiosidade e complexidade do antigo Egito, (re)contam tudo com os tais egiptólogos, a sua maneira, para benefício branc’o.

Tem sido dessa forma que eles seguem distorcendo fatos e ocultando dados na tentativa de apagar a verdadeira história.

Trazendo exemplos atuais do que essa narrativa gera de resultado, hoje em dia se ouve falar que o Tango é Argentino, quando na realidade sabemos que o Tango é preto, na escola contam que a matemática surgiu com Pitágoras, quando vem de nós pretos desde a construção das primeiras pirâmides do antigo Egito, que o samba não tem cor e é de todo mundo, quando não deveria haver esse tipo de colocação, quando vemos rodas de maracatu e capoeira praticamente só com pessoas branc’as, isso é o que acontece.

Esse é o DNA que os branc’os carregam, o que eles não criam, eles distorcem, roubam, manipulam e dispersam tomando pra sí.

Conseguem ver o problema de chamar o amiguinho e a amiguinha branc’a pra conversar, tomar uma ceva, ir na roda de samba, na capoeira, levar no terreiro, ou entrarem na ONG deles pra ajudar na limitância que só beneficia eles?

Não é uma questão de pegar no pé ou de dar foco nos branc’os, é questão de saber, de entender, de valorizar e preservar tudo que os pretos criaram e não tiveram como contar a realidade.

Se a gente não souber dessa imensa capacidade que cada um de nós traz consigo, se nós mesmos não contarmos o passado verdadeiramente como foi, a utopia de pensar que é ocupando espaço no meio branc’o, de entrar na academia dominada pelo branc’o, de trabalhar nas empresas branc’as, será sempre entendido como a única forma de se sustentar nessa vida, é a chamada escravidão mental. Esse é o interesse da Egiptologia criada pelas nações colonizadoras que ainda detém museus, nossas relíquias, símbolos, muitas coisas no Egito ainda estão no poder branc’o que decide quando, onde e se teremos acesso.

Nosso povo criou monumentos e tem muitas habilidades, então te fortalece com os pretos e pretas que efetivamente valorizam essa verdade, e vamos no caminho para a nossa autonomia.

Por Diego Nunes

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