OBA KOSO ( O REI NÃO SE ENFORCOU)

Eu como devoto de Sàngó não posso deixar levantarem “juras falsas”.

Se engana muito quem acredita e propaga que Sàngó se enforcou.

Como já diz em um dos orin tão cantados aqui na diáspora:

“… Oba nu ko’so nù rè lé ọ
Bara enì já énia rò ko…”
(O rei não se enforcou
O rei sumiu, não se enforcou, sumiu no chão e reapareceu)

De acordo com algumas famílias da terra yoruba existem dois Sàngó, o 1° que participou do início do mundo, já o segundo teve uma vida na terra com o nome de Tela-oko que era devoto do 1° Sàngó (irumole).

Tela-Oko filho de Òrànmíyàn neto do Aláàfin Odudùwà fundador das terras yorubas com Tòrosí, filha do rei Elempe das terras de Tapa (nupes).

Sàngó Tela-Oko ficou muito conhecido por ser forte, destemido e conquistador de terras, acreditamos que foi uma reencarnação física do 1° Sàngó devido aos poderes utilizados através dos trovões; era capaz de invocar chuvas e tempestades.

Tela-Oko foi o 4°Aláàfin dos yorubas e 3° obá de oyo, em uma tentativa de escapar de seus inimigos, Sàngó desaparece deixando para trás o raio (edun ara), aproveitando assim seus inimigos para falarem que Sàngó tinha se enforcado em um pé de ayan que existia ali. O edun ara foi encontrado pelo Aládèkùn que presenciou o acontecido, só Aládèkùn sabia da verdade que Sàngó teria desaparecido na terra.

Aládèkùn logo após ficou conhecido com o nome Mogbà, sendo uma palavra contratada de “ oní lé ogba” com o significado de “ a casa está rodeadas de cercas “ devido ao lugar onde Sàngó Aláàfin desapareceu.

Hoje o local é um bairro de Oyo, se tornou um dos lugares mais sagrados da cidade onde o espírito de Sàngó habita o local há milhares de anos. Não existe nenhum Aláàfin que não passe pelos rituais dentro do templo de koso.

Ká wòóo, ká biyè sí!

Olúkòso !