Olhe pra mim no olho do furacão

Tairine Lopes
2 min readSep 25, 2021

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[…] Se eu morrer em Atlanta meu trabalho estará apenas começando, mas eu viverei no físico ou no espiritual para ver o dia da glória da África. Quando eu estiver morto, embrulhe o manto vermelho, preto e verde em volta de mim, pois na nova vida eu subirei com a graça e a benção de Deus para levar os milhões até as alturas da vitória com as cores que vocês bem conhecem. Olhem para mim num furacão ou tempestade, olhem para mim em tudo ao seu redor, pois, com a graça de Deus, eu virei e levarei comigo incontáveis milhões de escravos pretos que morreram na América e nas índias ocidentais e milhões em África para ajudá-los na luta pela Liberdade, Libertação e Vida.
A civilização de hoje está indo bêbada e louca com seu poder, e por tal, procura através da injustiça, fraude, e mentira esmagar os desafortunados. Mas se eu sou aparentemente esmagado pelo sistema de influência e indireto poder, a minha causa subirá novamente e atormentará a consciência dos corruptos. Por isso eu estou satisfeito, e, por vocês, eu repito, eu estou feliz por sofrer, mesmo até morrer. Novamente, digo, animem-se, pois dias melhores virão. Vou escrever a história que vai inspirar os milhões que estão vindo e deixe a posteridade de nossos inimigos contar com as multidões para os feitos de seus pais.
Com as queridas bençãos de Deus, deixo-vos por algum tempo.
Terça-feira, 10 de fevereiro de 1925
Trecho do livro de Marcus Mosiah Garvey, procure por mim na tempestade.

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