Kafunji Mahin
revistaokoto
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2 min readSep 14, 2021

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Ori que cultua oymbo, mata o corpo e o espírito!

Tudo tem seu início no Ori! Tudo o que se quer fazer, ter, conceber, começa no Ori, no tomar consciência, no imaginar. Uma mentira contada várias vezes, pode até parecer verdade, mas jamais será!

Uma mentira contada diversas vezes e que foi encucada em nosso Ori, é a de que a vida do homem preto não tem valor, podendo ser feito dele qualquer coisa! Primeiro, ele foi destituído da criação do mundo, da criação de vida, depois o direito a própria vida lhe foi tirada.

Quando a leitura de mundo branc’a transforma Olokun, Oduduwa, Ossain em orixás femininos, eles não estão potencializando a força da mulher preta, mas retirando o homem preto da sua própria história! Pois para o branco, o homem preto é uma ameaça a qual eles sempre tentaram exterminar!

A visão cristianizada de “Adão e Eva” como casal da criação, não consegue conceber Obatalá e Oduduwa criando o mundo. Dois homens pretos, que criaram tudo! Sendo o homem preto, portador do “saco da criação” e a mulher preta a terra onde a vida é semeada. Não concebem a mulher preta como potência, e não como alguém submissa, não concebem o homem preto como criador, nem os dois como complementos!

O perigo de fazer com que, nós pretos, acreditemos nessa mentira, está em nós acreditarmos que nossa própria vida não tem valor. Uma vez que somos complementares um ao outro, permitir que o homem preto seja morto e mortificado, não só através do assassinato deles propriamente dito, mas também pela miscigenação e etc., é matar a si mesmo como mulher preta!

Permitir que nosso Ori acredite nas mentiras contadas pelo oymbo, é permitir nossa morte, acreditando que somos nossos próprios inimigos e eles nossos salvadores. Basta aceitar o embranquecimento para se salvar.

Cultuar Ori é antes de mais nada, cultuar a sua essência. Permitir que seja posto em seu Ori, mentiras que vão contra o culto à sua própria imagem e complemento, é suicídio!

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