Pequeno Machado

Ligiamatcosta
revistaokoto
Published in
2 min readMar 16, 2021
Arte: Izaias Oliveira

Porque ostentas tu mesmo, oh homens perversos
Brincando de ser esperto sem sê-lo?
Eu digo você está trabalhando a injustiça para realizar a inutilidade
Se vocês são uma grande árvore
Nós somos o pequeno machado
Afiados para derrubá-la
Preparados para derrubá-la
Esse é um trecho da música de Bob Marley Small Axe pequeno machado, onde foi inspirada a série de filmes que estamos dissecando nas lives desse mês.

Fala da importância da organização do povo preto, só assim temos poder para nos emancipar do esquema da supremacia branca, voltando as nossas origens e quebrando os elos da colonização.

Se nos conscientizarmos da nossa capacidade, nos conectarmos a nossa ancestralidade, conhecendo a nós mesmos, aí não tem quem segure.

Eles sabem desse poder que temos, por isso desde cedo temos a mente condicionada a acreditar que somos pequenos diante de um sistema estabelecido e superior e que nada podemos fazer, que somos dependentes e se não jogarmos com as regras estabelecidas por eles somos destinados ao fracasso.

O primeiro capítulo, intitulado “Os Nove do Mangrove” se passa em Notting Hill, Londres em 1968.

A comunidade preta que vivia ali, tinha o restaurante Mangrove como lugar de encontro e acolhimento.

Apesar de vários pontos que a gente discorda como a integração, a valorização de um sistema mesmo que ainda falido e que não foi feito para nós os pretos, a essência do filme leva a gente a refletir sobre a união e organização em prol de um propósito que era manter aquele lugar para eles lembrava a sua casa.

Organizados e conectados com nossa ancestralidade temos o poder de criar nosso sistema, viver em comunidade o que é a nossa essência.

Desde muito cedo somos programados a ter sempre o não como resposta inicial pra tudo, e com isso vem os medos as limitações, onde desejamos ser como eles, pois esse é o modelo de sucesso que implantaram em nossas mentes.

Mas aqui estamos em constante processo de evolução e na contra mão desse caminho que a maioria ainda insiste em seguir.

Não é fácil, tem muito ainda o que se fazer nessa caminhada, mas cabe a nós que estamos vivendo esse presente que é nos dado o hoje, avançar, para que os próximos que virão continuem esse processo, rumo ao objetivo.

Nós estamos afiados, evoluindo, expandindo, acordados, fazendo nossa parte nesse caminho aqueles que estão ainda dormindo convido a despertar do sono e seguir na jornada.

Mas aqueles que fingem dormir e não querem ser acordados sigam essa dica aqui, saiam do caminho ou passamos por cima, por que temos um objetivo e não podemos parar

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