Pra muito preto é difícil acreditar que a gente pode levantar nossos próprios empreendimentos para darem certo.

Cristiano C. da Rosa
revistaokoto
Published in
2 min readOct 4, 2022

Pra nós que chegamos no Òkòtó, é difícil compreender como pretas e pretos se veem eternamente dentro de negócios e empreendimentos que tem nos mantido distantes de qualquer autonomia.

As contradições estão aí para serem percebidas, questionadas e eliminadas.

Pra quem já têm alguma visão racial, a ideia de que devemos nos preparar, estudar e entregar anos de conhecimento pra servir empresas e instituições dominantes, é preciso enxergar mais pra logo menos começar a fazer algo diferente disso.

Do contrário é seguir demonstrando que estão dispostas a adoecer por organizações, ignorando suas próprias contradições e se recusando a tirar essas correntes representadas no trabalho que lhes foi permitido exercer.

É necessário entender que acessar e querer se manter nesses locais só torna empresários e diretores supremacistas mais poderosos econômica e politicamente. Esse tem sido o verdadeiro resultado de quem não tira as correntes.

Essa preta e preto é como um tijolo que irá reforçar um império. Precisa passar por um apurado processo de moldagem, só assim ficará comprovado que pode ser útil em qualquer parte da obra sem ameaçar a estrutura.

Assim são as pessoas que se recusam a tirar suas correntes. Até podem colar no grupo aqui e acolá com pretas e pretos, mas se não enxerga suas contradições, é porque aceita seguir devidamente formatado.

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