Existe muita vida onde eu nasci, e muito amor também. Meu avô já dizia, “ família grande vamos ter grandes perdas, porém muitas alegrias também”. Desde quando minha mãe partiu a 4 anos já nasceram 5 bebês e contando. Nossos ancestrais retornados mais próximos são nossas crianças, e eu aprendo a cada dia com elas.
A maternidade tem me ensinado muitas coisas, tive várias descobertas sobre eu mesma. Estou estudando e entendendo coisas que acontecem no meu corpo que nunca tinha parado pra pensar. Algumas chegaram a me assustar confesso, como o rolê da perda de neurônios rs achava que só perdia a medida que a cria fosse chegando na adolescência, mais já começa com ela aqui dentro mesmo.
Saber coisas fisiológicas que estão acontecendo comigo a cada semana de gestação tem sido muito rico, e se não fosse pelo motivo deu estar criando olhos, boca, rins e coração eu nem ia me atentar em saber o tanto de coisa foda que o meu corpo é capaz de fazer, e o tanto de coisa foda que ele já fez nessas 33 semanas.
Ser casa tem sido o maior presente que eu já tive na vida. Me sinto em uma missão muita perigosa e ousada que só a fertilidade foi capaz de conceder. Gerar uma vida dentro de mim ta sendo emocionante a cada dia.
A cada mexida, a cada roupinha, a cada pensamento sobre como será a cria, a personalidade, é menino ou menina rs, o pensar o nome e todo seu significado, a cada pensamento de “gente mês que vem vai ter um recém nascido nessa casa”, é um calafrio gostoso que eu tenho vivido junto com a. melhor pessoa que eu poderia ter escolhido pra viver isso comigo. E eu pretendo aproveitar ao máximo esse último mês porque a maternidade é nobre e muito enriquecedora. na vida de. mulheres negras.
Me sinto forte, me sinto grata, e me sinto privilegiada de ter a chance de trazer um dos nossos pro Ayé. Potente mesmo é ser porta para a ancestralidade.
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