Reverberando

Mariah Vianna
revistaokoto
Published in
2 min readAug 26, 2022
Por Vitória Camilly

Nesse final de semana que passou, inauguramos o nosso casarão, nosso Kilumbu Marcus Garvey, a casa do povo preto, bem no coração da pequena África, no Rio de Janeiro. Alguns dias já se passaram e tudo que a gente viveu, ainda está reverberando aqui.

Talvez a tentativa de colocar em palavras tudo que foi, tudo que a gente é, falhe miseravelmente, porque muitas coisas fogem ao entendimento, só dá pra entender se sentir.

Foi grandioso! Inaugurar um Kilumbu de verdade, feito por nós e para nós, é algo histórico. Talvez, se me contassem isso há algum tempo, eu nem acreditaria que é possível. Mas a gente tá aí, mostrando que é possível pra caralh*, sem ajuda de edital, sem financiamento, sem precisar vender o que é nosso, só pelas nossas mãos, com os nossos recursos, nós estamos fazendo. Isso é muito foda!

Estar com esse bonde e poder ser parte da construção dessa nação, que nós estamos construindo a passos largos, é muita responsa, o sarrafo só fica cada vez mais alto. Mas, acima de tudo, é motivo de muito orgulho e felicidade. Imagina que merda seria viver nesses tempos e não fazer parte do Òkòtó?

O Kilûmbu Òkòtó me deu propósito, me deu sentindo, possibilidades e me abriu muitos caminhos. Hoje, eu vivo e sinto coisas incríveis ao lado desse bonde de pretões e pretonas brabos! O que o bonde está fazendo, além de brabo, é lindo demais, de encher o peito e os olhos. São tantas emoções hahaha

Só agradecer e trabalhar para continuar correndo ao lado desse bonde!

Vida longa ao Kilûmbu Òkòtó!

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