Três Curiosidades Sobre a Bandeira do Haiti

A bandeira do Haiti é o poder! Bandeira de Guerra e da União Preta.

Táíwò Òkòtó
revistaokoto
3 min readSep 30, 2021

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Falta pouco menos de 2 anos para que essa bandeira complete 200 anos; e pouco menos de 4 anos para que a própria Revolução do Haiti, a maior vitória de um povo contra a opressão na história do mundo, a mais fantástica Revolução do mundo, complete seus 200 anos, seus dois séculos.

Arrisco dizer que o mundo seria completamente outro se todo nosso povo conhecesse a fundo a história da Revolução do Haiti, inclusive o fato de que todo o mundo branc’o da época tremeu com esse evento. Não só da época, essa foi a tônica por muito e muito tempo. Até hoje o mundo branc’o teme e é ressentido por essa Revolução, o que acaba se refletindo na sua condição atual, resultado dessa perseguição por ter ousado dar cabo ao racismo nos próprios termos e dar ao povo negro um dos mais inspiradores exemplos de emancipação.

São muitas as histórias que fazem da Revolução do Haiti a Grande Revolução da História, mas hoje, aqui, traremos apenas três curiosidades da sua bandeira, legado dessa História:

1 — Tirem o Branc’o do Meio

A bandeira do Haiti foi criada por Jean Jacques Dessalines no ano de 1803, no dia 18 de maio, durante o Congresso de Arcahaie, quando ele pega uma bandeira da França e rasga, removendo o branc’o do meio, a faixa branc’a do meio, e costurando o azul e vermelho restantes, o que simbolizaria a união entre negros e mulatos, cada um representado por uma das cores restantes após retiradas a faixa branc’a da banderia francesa;

2 — Patakori Ogum! Ogunhê!

Segundo Bayyinah Bello, uma das historiadoras mais maravilhosas e mais respeitadas quando se trata da história da Revolução do Haiti, Jean Jacques Dessalines é o grande pai da Revolução Haitiana e era o arquétipo, ou a própria encarnação de Ogum, a divindade da guerra que abençoou e deu força aos revolucionários, que o invocaram na Cerimônia de Bwa Kayiman, para conduzir corações e mentes na Revolução e o processo revolcionário.

Bayyinah enfatiza que enquanto Toussaint de L’Ouverture seria um Legba, Dessalines seria um perfeito Ogum. Nessa pegada aí, dada a relação de Ogum com Dessalines e com todo o processo, desde o início, da Revolução do Haiti, dizem que as cores da bandeira foram também escolhida em homenagem a essa divindade. Aí, tu, se não está ligado, joga aí nos buscadores as cores da guia de Ogum e tu vai se deparar com o vermelho e azul, nas cores da banderia do Haiti.

É a Revolução e a bandeira de Ogum! Patakori, Ogum! Ogum Iê!

3 — Tem branc’o usando a mesma bandeira?

Por fim, você deve estar olhando essa bandeira e pensando que está faltando alguma coisa aí da bandeira do Haiti que você conhece, né? Pois é, essa é a bandeira civil do Haiti. É como era. E acontece que o Haiti e Lichtenstein tinham a mesma bandeira tinham a mesma bandeira de independência — azul e vermelha — e isso só foi percebido no ano de 1936, nas Olimpíadas de Verão, quando as duas nações se enfrentaram. E aí as bandeiras sofreram adições para deixarem de ser idênticas.

A Poderosa Bandeira

Mas, enfim, está aí a poderosa bandeira civil do Haiti! A bandeira da união preta para a Revolução! A bandeira da Revolução! A bandeira de Ogum!

É outra bandeira, que junto à bandeira RBG, temos que levar na mais alta estima, na mais alta consideração!

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