Ujima não é brinquedo não, é trabalho sim!

Bunmi Mkali
revistaokoto
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3 min readJan 26, 2022
Por Talita Queiroz

Será que Ujima é mole de relacionar com Economia? A primeira vista sim, já que é o princípio que nos traz o Trabalho coletivo e a Responsabilidade, uns conceitos até bem batidinhos no mundo br4nco, né? Não porque aqui não é uma empresa apenas, é um time, uma família pipipi popopó Não porque cada uma aqui cumpre suas responsabilidades e eu vou sim fazer 30h extra no mês pra cumprir a minha parte com minha equipe porque é isso que a gente tá precisando no momento kkkkkkkkkk eu preciso falar pra esquecer tudo isso aí?
Ujima é muito mais sobre a responsabilidade que a gente tem de manter nossa comunidade unida, pegar os problemas (e soluções) de cada um e fazer eles se tornarem de todo mundo, porque quando é de todo mundo, a gente se incomoda e resolve! Lembra de Umoja? E de Kujichagulia? A gente ainda vai falar sobre Kuumba, mas enfim, como já foi dito, Ujima não existe sem os outros princípios
Não dá pra esquecer também que sem trabalho coletivo e responsabilidade não tem liberdade não. Ujima nos tira do campo das ideias, é botar a mão na massa, é formar batalhão, ter número mesmo, e, com cada um fazendo sua parte, a gente faz coisa boa pra todo mundo.
Pense aí, é um problema pros pais de uma única criança que ela estude numa escola br4nca. O próprio estado brasileiro não deixa a gente tirar nossas crianças da escola deles. Mas se tiver 30, 40 crianças, os pais e a comunidade empenhados em construir e manter um sistema de ensino, a gente já consegue fazer mais barulho e começa a conseguir coisas que eram impensáveis antes. A gente começa a correr como um rio pra desaguar em um futuro coletivo, construído por nós mesmos já que nós temos a capacidade de nos guiar e nos corrigir no que precisar. E, óbvio, temos toda a capacidade de comemorar e aproveitar tudo de bom que a gente pode fazer.
Existe ainda mais uma ideia muito interessante em Ujima: nós somos indivisíveis. Se tem alguma coisa pegando pra um, tá pegando pra geral. O comprometimento vai então no sentido de deixar suave pra todo mundo. Se black money tivesse mais Ujima e menos Pretos no Topo, quem sabe não fosse uma prática menos furada, pq com Ujima é impensável vc voluntariamente fazer o poder e, por consequência, o dinheiro fluir pra fora da sua comunidade.
Ujima é a responsabilidade que a gente tem pra trazer África de volta, cada um buscando, pegando, limpando uma parte pra gente juntar tudo de novo. é entender que a gente tem práticas que são saudáveis e prósperas, mas que tão cheias de poeira e, no geral a gente precisa dar um talento pra poder continuar usando… Ujima não é brinquedo não, é trabalho sim!

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