Uma Joia Rara

Ligiamatcosta
revistaokoto
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2 min readApr 22, 2021

O que trago dentro de mim preciso revelar
Eu solto um mundo de tristeza que a vida me dá
Me exponho a tanta emoção
Nasci pra sonhar e cantar
Na busca incessante do amor
Que desejo encontrar….

Aquela que nasceu pra sonhar e cantar se estivesse viva, dia 13 de abril completaria um século.

E nada mais justo do que homenagear a grande dama do Samba dona Yvone Lara.

Ilustração:

Sua certidão de nascimento é de 13 de abril de 1921, porém, em alguns outros documentos, a data aparece como 1922.

Isso é um mero detalhe, o que vale é celebrar a vida e o legado que essa braba deixou pra gente.

Filha de uma costureira, cantora de rancho carnavalesco, e de um mecânico de bicicletas, violonista amador, a pequena Yvone ficou órfã muito cedo.

Foi criada pelos tios no morro da Serrinha, berço da escola de samba Império Serrano, escola do seu coração.

Dionísio Bento, tocava violão e cavaquinho, na sua casa sempre havia rodas de choro passavam por ali vários músicos como Pixinguinha, Donga Jacob do bandolim, entre outros gigantes da música.

Nesse ambiente Yvone e seus primos Fuleiro e Hélio cresceram.

Ali ela aprendeu a tocar cavaco e também teve inspiração para começar a compor.

Se formou em enfermagem e serviço social, trabalhou por 37 anos até se aposentar.

No mundo do samba, inicialmente os sambas feitos por ela, eram mostrados pelo primo Fuleiro, até que em 1965 dona Yvone integra a ala de compositores da Império Serrano, e com Silas de Oliveira e Bacalhau nasce o samba “Os Cinco Bailes Tradicionais da História do Rio”.

Na sua trajetória de lindas canções, há mais parceiros de peso como Decio da Viola e Aniceto do Império.

Só aos 56 anos de idade, Yvone se dedica exclusivamente a música.

O primeiro disco foi lançado em 1978, “Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz”.

Chegou a receber o apelido de “Cartola de Saia”, ficava agradecida pela comparação, mas Yvone tinha seu estilo próprio.

Poderia escrever por horas a respeito dessa mulher que aprendi a admirar pelo seu legado e obra.

A beleza de suas composições a postura que como dizia em uma de suas composições, sempre que chegava em algum lugar era devagarinho, e com esse axé conquistou seu espaço.

Viva a Grande Dama do Samba e seu legado.

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