“ VI QUE A CÂMERA PODERIA SER UMA ARMA CONTRA A POBREZA, CONTRA O RACISMO, CONTRA TODO TIPO DE MAL SOCIAL. EU SABIA QUE NAQUELE MOMENTO EU TINHA QUE TER UMA CÂMERA. ”
GORDAN PARKS
Para quem ainda não conhece, eu apresento esse grande homem, e também a minha grande fonte de inspiração, o mesmo cara que eu gostaria de ser pelo menos 5% rsrsrsrs. Gordon Parks foi um dos maiores photographos do século 20, o responsável por um vasto acervo de imagens que retratam o cotidiano da diáspora africana na américa do norte, em seu material podemos encontrar retratos que contam histórias de ícones como Malcolm X, Muhammad Ali, Martin Luther King Jr., Kwame Ture e também sobre pessoas comuns, na verdade o’que mais me chamou atenção em sua obra foi a capacidade de capturar o espírito das pessoas, e ao mesmo tempo criar uma composição que vincula todos os elementos que estão a volta do assunto que está sendo retratado, às composições de Parks contam histórias que nos emocionam sem nem dizer uma palavra.
“VI QUE A CÂMERA PODERIA SER UMA ARMA” Estudando sobre Parks eu via com frequência essa frase do mesmo, e como a maioria da galera que o admira fazia questão de destacar nos documentários o quão bom ele usava a sua câmera, desde então tenho tomado isso pra mim, e me faz lembrar da responsabilidade que temos ao ser um captador de imagem, alguém que é capaz de parar o tempo da congelar um momento, e de repente, temos uma janela do tempo que nos permite a comunicação e um entendimento do passado, esse papo é um bagulho que me dá um tezão do caramba, mas quero ser breve rsrsrs.
Outro ponto que me atentei foi o fato de quanto ele foi nescesária e preciso ao retrato do cotidiano do povo negro em um periodo em que a degradação da nossa imagem era algo quase que unanime nos meios de divilgação. Um grilo que tenho em mente, a partir da minha vivência com pessoas iguais a mim, pessoas negras, é que temos um problema sobretudo com a auto imagem, lembro que ser fotografado gerava um certo bloqueio para mim, por diversos motivos que envolviam a baixa autoestima derivada do racismo, já passei por um rolê pra superar esses lances, graças a Oshun hj eu sei que sou lindo, e vendo trabalhos como o de Gordon Parks e outros Photographos pretos eu consigo enxergar o quanto somos lindos, mas além disso fica uma mensagem, o poder de transformar qualquer ferramenta que estiver em nossas mãos em uma arma de comunicação, tipo Esú com capacidade de denunciar, enaltecer e emocionar. Parkes não tinha nenhum curso quando pegou sua primeira câmera, ele comprou sua grande amiga em uma loja de penhor e encantou o mundo com a sua autonomia.
