“Você sabe qual é a cara do racismo?”
“Quem te ensinou a odiar a textura do seu cabelo?
Quem te ensinou a odiar a cor da sua pele de tal forma que você passa alvejante para ficar como o homem branco?
Quem te ensinou a odiar a forma do nariz e a forma dos seus lábios?
Quem te ensinou a se odiar do topo da cabeça até a sola dos pés?
Quem te ensinou a odiar pessoas que são como você?
Quem te ensinou a odiar a raça que você pertence, tanto assim que você não quer estar entre outros como você?”
Assim já dizia Malcolm X, nós sabemos ou pelo menos já deveríamos estar sabendo quem foi que nos ensinou a gostar de coisas que são nocivas pra gente, basta olharmos pra história, nos fatos que aconteceram e acontecem até hoje que teremos a confirmação.
Se a gente pensar um pouquinho, já dá pra perceber o porquê desse apagamento histórico, a necessidade de fazer a gente acreditar que somos descendentes de escravos e não de escravizados, forçados a esquecer seus costumes, suas crenças, ritualísticas, seus valores, como forma de apagar todo e qualquer vestígio que remeta sua grandeza africana.
Até mesmo porque, quando um povo tem arrancado de si, toda e qualquer referência que possa servir de combustível, inspiração para os seus mais novos, mostrando que as possibilidades são infinitas no seu desenvolvimento enquanto homens e mulheres capazes de gerir e trabalhar em prol do desenvolvimento da sua comunidade a cima de qualquer outra nação, fica perdida, sem propósito.
E quando não tem essa referência, se torna mais "fácil", impor qualquer outro tipo de valores, crenças que, segundo os yurugus é "benéfico pra gente", quando na verdade eles só estão nos ludibriando e fazendo a gente perder tempo com algo que beneficia a continuidade povo deles enquanto nosso povo segue essa sina de submissão, negação as nossas raízes e aceitação de tudo que os sem c’or nos diz que é "bom".
Aí vamos entrar naquele papo da TV Òkòtó que rolou na página Dissecando o Racismo, sobre a importância de a gente dar uma cara, um indivíduo, uma cor pro racismo, pois não tem como combater algo abstrato, que não se pode contra-atacar, se defender, saber de onde tá vindo a facada.
Se a gente não sabe de onde tá vindo a pernada, não tem como desviar, saber pra onde mirar na hora de bater de volta, e numa dessas, as vezes o inimigo tá do nosso lado, nos dizendo o que é "bom e ruim, o que é certo e errado" e nem percebermos, quando vamos ver, a rasteira já foi dada.
Mas também não basta a gente saber quem são nossos inimigos e continuarmos agindo como se não soubéssemos quem são, eles agem não intenção de preservar a continuidade deles, e não é errado pensar dessa forma, nós que somos bobos de achar que é errado priorizar nossa continuidade, colocar raça primeiro a cima de toda e qualquer situação na nossa vida, só nós que continuamos a acreditar que é errado pensar dessa forma, porque será né..?
