Yurugu
“Na ideologia Europeia, o outro cultural é como um território ou espaço no qual os países se expandem. O outro cultural existe para os Europeus definirem, “refazerem” [” to make over”]. É por isso que eles podem descrever sua nova consciência de objetos, povos e territórios como sua “descoberta.” Essa ideia é coerente para eles, porque, de acordo com sua visão de mundo, é seu papel dar definição para o mundo. Pessoas de outras “persuasões” e tradições culturais fazem parte do mundo a ser definido; é um mundo Europeu. E, nesse sentido, o conceito do outro cultural é o do não humano. Os Europeus definem “humanidade” em termos de sua própria auto-imagem e com tanta intensidade que a ética e as regras de comportamento que se aplicam aos que são como eles não se aplicam aos que não são. O outro cultural é, portanto, uma pessoa (objeto) que pode ser tratado de qualquer maneira — com um grau ilimitado de hostilidade e brutalidade, como é evidente quando se revisa a história das relações da Europa com outras culturas. É apenas o comportamento não agressivo e não explorador para o outro cultural que é sancionado negativamente na cultura Europeia.” Marimba Ani — Yurugu
Fechando o mês da braba Marimba Ani, vamo falar sobre os comportamentos de Yurugu, o ser incompleto, que tanto atrasam a comunidade preta. Esse papo dialoga muito com os papos dados pelo John Henryk Clarke e a Frances Cress Welsing. Não tem comportamento mais branco na gente de tentar colonizar, de tentar classificar o mundo no que a gente entende e no que a gente não entende, e tratar tudo que a gente não entende como inferior, como ruim, como algo a ser mudado ou ser morto.
Novamente, eles que são brancos que se entendam. Negócio é o tanto de gente na nossa comunidade que age assim, como cão de guarda do branco, sendo o polícia da cultura dele, da sociedade dele, indo contra tudo que é preto, sendo o verdadeiro filtro da sociedade branca. Os pretos foram soltos do cativeiro por que os negrescos já tavam treinados pra serem a régua de aceitação dos próprios pretos, aquele que avisa o sistema do preto menos integrado, menos conformado. É o capitão do mato sem chibata e sem farda! Sem dinheiro, sem respeito, mas feliz de ser capitão do mato! De direita ou de esquerda!
Eu vi um papo nas postagens de alguma célula da New Black Panther Party (novo Partido dos Panteras Negras) falando que a esquerda é a nova polícia do pensamento. Igual Malcolm X falou que o racismo é igual Cadillac, todo ano tem modelo novo, agora tem a esquerda democrática desconstruíde que gosta de preto, de índio e de LGBT. São a nova régua de quem pode se integrar na sociedade sem prejudicar. Se você não bate de frente nem com os branquelos psolistas desconstruídes da masculinidade tóxica e as feministas sedentárias palmiteiras de academia, se não vai dar trabalho pra polícia nem pra quem tem poder de verdade. É sobre encaixar tudo no modo de vida do branco. Sobre mudar o comportamento de geral pra não incomodar o branco todo pela metade lá.
Pega a visão, raça primeiro!