Hip Hop

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4 min readJun 13, 2018

Na década de 1970 surge o hip hop nos EUA, mais especificamente nos subúrbios Nova Iorque e de Chicago, locais que enfrentavam diversos problemas como brigas de guetos, tráfico e carência de infraestrutura. Todos esses fatores promoveram o hip hop e a sua luta por visibilidade da população periférica, pois seu objetivo era propagar a cultura dessas pessoas para outros locais.

Tendo em vista todos esses problemas, o hip hop foi a solução que apareceu para controlar o caos das inúmeras guerras de gangues. Foram desenvolvidas, primeiramente, as disputas de danças, onde se trocava a briga por dançar o break. O grafite, por sua vez, passou a ser visto como manifestação artística e não como marcação de território. O rap é a parte musical, que é um marco muito importante, pois é em forma de rima que se ouve as manifestações de ideias, além de ter o poder de unir as pessoas.

Eis que o hip hop chega no Brasil em meados de 1980 em forma de manifestação cultural, estabelecendo-se como movimento só após unir suas três matrizes: dança, música e grafite.

Em nosso país, o hip hop surgiu em São Paulo, na Região Central, primeiramente apenas com o intuito de divertir e buscar a auto estima, com o break.

De cara, o movimento enfrentou muitos preconceitos até cair nas graças da sociedade. De certa forma, podemos considerar que o hip hop, atualmente, está na moda, especialmente através do Rap, um disseminador importante da história do hip hop no Brasil, que carrega, através de suas letras, mensagens de conscientização, às vezes com revolta e, mesmo, violência. O grafite tenta conscientizar de forma mais leve, representando periferia x realidade urbana por artistas nascidos de grupos sociais menos favorecidos. E o break, é mais do que um estilo de dança de rua, é a arte livre na expressão dos movimentos.

Os 3 manifestos

O break

O break foi a primeira vertente a acontecer dos EUA e também no Brasil.

Trata-se de um estilo de dança de rua ligada à cultura hip-hop, que envolve movimentos de artes marciais, como o kung fu, por exemplo, e movimentos acrobáticos. Essa arte surgiu com os porto-riquenhos, como uma maneira dos indivíduos manifestarem sua in-satisfação com a política e a Guerra do Vietnã (1959–1975).

Realizado de forma brusca, o breakdance tem como características principais, os movimentos ondulatórios do corpo, pernas tipo moinho de vento, rotação do corpo por vezes apoiadas apenas na mão ou nas costas, arrastamentos de pés e possui um caráter competitivo.

Dentro do break, podemos destacar o Locking e o Popping.

O locking tem uma grande influência do Funk, além da inclusão de movimentos como braços minuciosos, o uso dos cotovelos, mãos e dedos.

O popping é o aperfeiçoamento de uma dança antiga, que são os movimentos mecânicos de um robô. Mas o popping evolui, ganhando mais movimento, energia e elementos como ilusão, dança indiana, imitação de desenhos animados e mímicas.

O Rap

A sigla Rap (Rhythm and poetry) traduzida significa ritmo e poesia. É um estilo musical que teve origem no canto falado da África Ocidental, adaptado à música jamaicana da década de 1950 e que sofreu influência com o período pós-guerra da cultura negra dos guetos americanos. Suas letras são manifestações contra a violência policial, e a discriminação racial, social e cultural.

O rapper é o cantor dessa modalidade, que é responsável por propagar um discurso rítmico rimado e com muito sentimento. As letras tratam das diversas situações que as pessoas passam em seu cotidiano, tais como desigualdade, racismo, violência, injustiça, juventude, lutas e etc.

O grafite

O grafite é o meio de comunicação que o hip hop usa através das artes plásticas. É expres-são em forma de arte. Os grafiteiros retratam, em seus desenhos, a realidade do local onde vivem como forma de manifesto. Existem vários estilos de grafite, como: freestyle, wild style e throw-up.

“O grafite é a mais genuína expressão de pigmentos, texturas e superfícies nas galerias urbanas das ruas, com o objetivo de criar dinâmica, movimento e registro de ícones.” — André Gustavo de Castro Matos (Experiência na área de Antropologia Social, com ênfase em Terceiro Setor, Projetos Sócio Culturais e Educativos)

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A SENSA é o projeto de uma revista que visa disseminar culturas que apesar de serem populares são vistas superficialmente e, não são devidamente valorizadas.