O que o hip hop mudou na sua vida?

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3 min readJun 6, 2018

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Amanda, Rio de Janeiro (22 anos)

Eu era muito tímida quando comecei a dançar com 11 anos. Eu gostava muito de dança, mas algo me destacava das demais garotas. Enquanto elas tinham uma dança mais feminina, a minha era mais bruta. Me desenvolvi e fui muito elogiada por meus amigos, o que me fez perceber que não era errado fazer o que me deixava confortável. A dança me fez ser eu mesma, a Amanda que eu sempre fui. Perdi minha timidez e me aceitei.

Eddie, Rio de Janeiro (23 anos)

O hip hop mudou minha vida, a forma como enxergo as coisas do meu cotidiano, por exemplo, permitindo que eu visse tudo em volta como música, uma expressão, um desabafo. O hip hop, me deu essa liberdade de me expressar, falar sobre tudo o que eu sinto e vejo e penso, me ajuda a esclarecer minha mente, a perceber que assim como eu, outras pessoas passam por dificuldades na vida e vivem uma mesma realidade que eu vivo.

Lalih, Rio de Janeiro (24 anos)

Tudo. O hip hop chegou na minha vida em 2008. Sempre dancei, mas nunca tive contato com danças urbanas. Eu fiz balé, fiz jazz, e somente em 2008 fui apresentada ao hip hop como forma de dança. A partir daí, muita coisa mudou, principalmente relacionado à minha vida. A depressão foi um exemplo de uma dificuldade que superei por meio da arte. Eu era muito tímida, introvertida e problemática. Através da arte, aos poucos, as coisas foram mudando, pois estava envolvida somente com a dança. Junto com meu noivo que é rapper, formamos um grupo. Assim, sou envolvida com o hip hop e com a militância como um todo. O hip hop para mim é um estilo de vida, é uma resistência.

Mayara, Rio de Janeiro (19 anos)

Eu sempre fui uma pessoa ligada às artes. Completei 7 anos de música e teatro quando ainda morava em Minas Gerais. Mudei-me para o Rio devido à problemas de saúde, à depressão e à anorexia. Estava com vários problemas emocionais. O hip hop que vem de dentro, o projeto social, foi o que começou a me dar forças para querer ter uma saúde melhor. Comecei a me preocupar mais comigo e a dança foi a forma de canalizar tudo de negativo em mim. Hoje, dou aulas, faço projetos e espalho a ideia de que a dança pode curar. Eu realmente acredito nisso. A dança pode curar e levar as pessoas para um caminho melhor, a cultura em si pode.

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A SENSA é o projeto de uma revista que visa disseminar culturas que apesar de serem populares são vistas superficialmente e, não são devidamente valorizadas.