ENSAIO FOTOGRÁFICO
trêS linhaS de prosA (III)
e três dias de publicação.
Por Vinicíos Rosa
Editado por Arthur Almeida e João Vitor Custódio
O ponteiro gira. O tempo passa. A distância nos transforma. A impossibilidade de sair de casa no presente está, aos poucos, resetando a noção tradicional das coisas; de tudo.
Tudo mudará. A forma de pensar, agir, comer, comunicar e transitar será outra. E de se vestir e retratar também. Numa esfera exótica, a realidade é reconfigurada.
O esquisito é moda; assim como os componentes têxteis e calçadistas. Se vestir talvez nem seja norma e a maneira com a qual isso se dará trará frescor. Ressignificações.
Objetos do dia a dia que eram usados para pôr pão, prender e guardar roupa, modelar o corpo, embalar comida… neste giro do ponteiro têm outras finalidades: vestimentas.
No meu corpo terá de tudo. Vestirei aquilo que me molda. A audácia e a estranheza se formatarão juntas, arquitetando um horizonte diferente. Torto. A realidade será torta. Fora de si.
Neste segundo, tudo é capturado a partir de uma ótica transversal. Oblíqua ao normal. O ângulo em que veremos terceiros será singular. Redentor de novos jeitos de se mostrar.
Zoom e clique terão outros propósitos. De casa, tudo funcionará no limite, registrando a si mesmo; retratando o viver inditoso que nem com o tempo passará.
As nuances de tudo se acoplam em um lugar que não convinha antes. A vida ganhará outro formato. Um formato mal avaliado, vaiado e feitor de expressões medonhas.
Susto. Medo. Pavor. Os olhos se arregalam. Comutam sentimentos; revelam sensações. Uma rotina solitária e transmutada se instalará num sistema pouco bucólico.
A luz atravessará a janela. O dia e a noite chegarão e serão eternos. Haverá nada; nem vida, nem vontade. Só nós. Tudo vai acabar e a alternativa será buscar novos significados.
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