A revolução bate à sua porta
Apresentamos 21 pontos de inflexão tecnológicos cuja previsão de implementação é até 2025
Rico Machado e Jonathan Camargo
Os 21 pontos de inflexão tecnológicos que apresentamos têm como base nos estudos publicados por Klaus Schwab no livro A quarta revolução industrial (São Paulo: Edipro, 2016). Os percentuais apresentados, sobre a expectativa de pontos de inflexão, são baseados na referida obra.
Mudança 1: Tecnologias implantáveis
Ponto de inflexão: o primeiro telefone celular implantável e disponível comercialmente.
Vídeo: RFID ( Radio-Frequency IDentification) é uma tecnologia capaz de identificar dados em etiquetas RFID através de radiofrequência.
Mudança 2: Nossa presença digital
Ponto de inflexão: 80% das pessoas com presença digital na internet.
Mudança 3: A visão como uma nova interface
Ponto de inflexão: 10% de óculos de leitura conectados à internet.
Mudança 4: Tecnologia vestível
Ponto de inflexão: 10% das pessoas com roupas conectadas à internet.
Mudança 5: Computação ubíqua
Ponto de inflexão: 90% da população com acesso regular à internet.
A noção principal por trás da ideia de Computação Ubíqua é zona comum entre a Computação Móvel e a Computação Pervasiva.
Mudança 6: Um supercomputador no seu bolso
Ponto de inflexão: 90% da população com smartphone.
Apesar do projeto ter um grande potencial, a Google anunciou seu desligamento ao projeto ARA em setembro de 2016. Esse parece ser um claro exemplo de que devemos ter certa cautela ao entusiasmo tecnofilista.
Mudança 7: Armazenamento para todos
Ponto de inflexão: 90% das pessoas com armazenamento ilimitado e gratuito (financiado por propagandas publicitárias).
Mudança 8: A internet das coisas e para as coisas
Ponto de inflexão: 1 trilhão de sensores conectados à internet.
Mudança 9: A casa conectada
Ponto de inflexão: mais de 50% do tráfego da internet consumida nas casas para os aparelhos e dispositivos (não para o entretenimento ou a comunicação).
Mudança 10: Cidades inteligentes
Ponto de inflexão: a primeira cidade com mais de 50 mil pessoas e sem semáforos.
Mudança 11: Big data e as decisões
Ponto de inflexão: o primeiro governo a substituir o censo por fontes de big data.
“O vigilantismo assim implantado visa à coleta massiva de dados de todo tipo, não só para monitoramento, mas principalmente, em última instância, para instrumentar com eles o controle de valores, motivações e vontades abrigados ou desenvolvidos por indivíduos, através da manipulação ativa de nossa percepção da realidade”. Entrevista com Pedro Rezende.
Mudança 12: Carros sem motorista
Ponto de inflexão: carros sem motoristas chegarão a 10% de todos os automóveis em usos nos EUA.
Para Ludmila Costhek Abílio, a lógica do Uber expõe algo obscurecido: as novas tecnologias atualizam uma deterioração das relações trabalhistas iniciada há tempos. Confira a entrevista com Ludmila Costhek Abílio.
A Revolução 4.0, a internet das coisas, a inteligência artificial e a impressão 3D já impactam e cada vez mais abalarão os fundamentos da organização do mundo do trabalho na contemporaneidade. Esta grande mutação significará um avanço civilizatório ou radicalizará a barbárie?
O debate assume maior urgência e densidade no momento em que o Brasil vive um momento de regressão civilizatória claramente delineada na proposta governamental da reforma previdenciária e da reforma trabalhista, tendo como palavras de ordem flexibilização, precarização e terceirização, que objetivam devastar o campo dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Mudança 13: A Inteligência Artificial (IA) e a tomada de decisões
Ponto de inflexão: a primeira máquina com IA a fazer parte de um conselho de administração.
Mudança 14: A Inteligência Artificial (IA) e as funções administrativas
Ponto de inflexão: 30% das auditorias corporativas realizadas por IA.
Mudança 15: Robótica e serviços
Ponto de inflexão: o primeiro farmacêutico robótico dos EUA.
Mudança 16: Bitcoin e blockchain
Ponto de inflexão: 10% do produto interno bruto mundial (PIB) armazenado pela tecnologia blockchain.
“Eles estão (bancos, grandes países, corporações) testando o Bitcoin. Eles querem saber como vão controlar uma moeda que é incontrolável”. Entrevista com João Carlos Caribé.
Mudança 17: A economia compartilhada
Ponto de inflexão: globalmente, mais viagens/trajetos por meio de compartilhamento do que em carros particulares.
O economista norte-americano Jeremy Rifkin, propõe em sua obra intitulada Sociedade Com Custo Marginal Zero (M Books, 2015) o enfraquecimento do atual modelo capitalista a partir da acensão da economia compartilhada, potencializada pelas inovações tecnológicas. Rifkin aponta a redução até praticamente zero dos custos marginais, que são os custos de produção e distribuição de bens e serviços.O IHU publicou a reportagem O futuro do capitalismo: uma sociedade com custo marginal zero sobre o livro.
Mudança 18: Os governos e o blockchain
Ponto de inflexão: primeira arrecadação de impostos através de um blockchain.
Mudança 19: Impressão em 3D e fabricação
Ponto de inflexão: produção do primeiro carro impresso em 3D.
“O que Schwab chamou atenção é que estamos passando por uma revolução histórica sem tempo para nos adaptarmos” . Destaca Élcio Brito da Silva
Um fator importante a ser levando em conta é que o processo evolutivo humano sempre foi muito acelerado. Se considerarmos mesmo a evolução da espécie sapiens, como aponta Yuval Noah Harari, em Breve história da humanidade (Porto Alegre: LP&M, 2017), nós evoluímos a uma velocidade tão grande, que mesmo sendo mais fracos fisicamente a outras espécies, ocupamos o topo da cadeia alimentar a uma velocidade tão grande que as demais espécies não conseguiram criar mecanismos naturais efetivos de proteção. Isso se deve à nossa capacidade ímpar de cooperarmos com estranhos (ainda que nem sempre por motivos nobres).
Mudança 20: Impressão em 3D e saúde humana
Ponto de inflexão: o primeiro transplante de um fígado impresso em 3D.
Mudança 21: Impressão em 3D e produtos de consumo
Ponto de inflexão: 5% dos produtos aos consumidores impressos em 3D.
A velocidade com que a acessibilidade a tecnologias emergentes cresce, permite imaginarmos mutações na lógica de produção. A impressão em 3D facilita e diminui custos de produção, na mesma proporção em que elimina postos de trabalho.