“Pequeno” Review do Neo Geo Mini

Fabio Michelin
RGB Inside
Published in
6 min readSep 18, 2018

Não é segredo que sempre fui fã da SNK. Quando olho pra trás e relembro a época dos arcades, os primeiros jogos que vêm à minha mente são os grandes clássicos do NeoGeo, e também Street Fighter… Mas esse papo fica pra outro dia, pois hoje é dia de relembrar a gigante que nos trouxe King of Fighter, Fatal Fury, Metal Slug entre tantos outros. A SNK com certeza foi uma grande influenciadora do perfil gamer — perdi grandes clássicos de RPG e adventures da década de 90 por estar ocupado demais trocando socos e chutes em Fatal Fury e King of Fighters… A bela pixel art me encanta até hoje, e me torna um pouco cético com os games de luta recentes. A animação primorosa dos mágicos pixels na tela, só isso já me prendia por horas e horas, e eu ficava espantado com a beleza e a fluidez das animações feitas a mão.

Guerras épicas foram travadas nos arcades pela SNK e Capcom, ambas disputavam meu escasso dinheiro de fichas. O troco do pão nunca foi tão importante e eu estava presenciando tudo. Tinha a idade certa na época certa e não perdia nada, acompanhava tudo fervorosamente, nenhum game podia passar em branco. Clássicos atrás de clássicos pipocavam nas telas, games que eu compraria e jogaria por anos, e provavelmente jogarei até meu game over definitivo.

Recentemente a SNK completou 40 anos. Foi fundada em 22 de julho de 1978, pelo ex-boxeador Eikichi Kawasaki (mais sobre a história da SNK no episódio 13 do nosso RGB Inside Podcast). A empresa tinha como meta trazer novidades e novos gêneros aos arcades.

Somente em 1990 a SNK lançou seu maior sucesso, a placa MVS, que trazia além de um poder gráfico e sonoro nunca antes visto, a possibilidade da troca de games de maneira fácil, e até mesmo o uso de 1 a 6 jogos simultaneamente na mesma máquina. A MVS se tornou um sucesso absoluto de público e também entre os operadores, já que o estilo cartucho facilitava bastante a vida dos caras.

Mas voltando ao aniversário da SNK, a empresa decidiu festejar o evento e quem ganhou foi o público, e principalmente seus fãs. Seguindo a nova onda do momento, resolveram lançar um console miniatura com alguns clássicos na memória, e assim nasceu o Neo Geo Mini, um mimo para os fãs que estavam ansiosos para colocar as mãos em algum hardware novo da SNK. Como bom fã que sou, tratei de garantir o meu, e logo preparei este artigo com as minhas impressões.

Falando um pouco do console, o que mais me chamou a atenção foi a qualidade de construção. Tudo parece bem firme e durável, assim como os produtos Neo Geo de outrora. O controle da unidade portátil lembra um pouco o direcional encontrado no controle do Neo Geo CD, porém sem os cliques dos microswitches, chega até a parecer uma versão analógica do direcional (algo como jogar Fatal Fury no controle analógico do PlayStation). O percurso do manche é longo, o que deixa difícil a movimentação rápida, principalmente para quem está acostumado com controles arcade. Os botões são bacanas e o percurso é curto, porém é aqui que encontro o maior problema: a SNK decidiu mudar a sequência original dos botões, usando um estilo que estava seguindo nas suas conversões desde o PS2. Onde originalmente tínhamos A e B na parte de baixo e C e D na parte de cima, agora a sequência é B e C na parte de baixo e A e D na parte de cima. Na minha opinião foi um erro alterar a ordem. Quem estava acostumado aos produtos da SNK vai estranhar bastante, e infelizmente não é possível alterar a ordens dos botões.

Neo Geo Mini versão Japão

Outro ponto bastante interessante é a qualidade de imagem obtida na telinha de LCD do console. Fiquei impressionado: os gráficos têm bastante nitidez, as cores estão bem vivas e fiéis à versão original e a proporção 4:3 foi mantida. Também não consegui ver efeito de rastros na imagem, que seriam causados por um painel com alto tempo de resposta. A SNK acertou a mão, e até me lembra a imagem das antigas CRTs alimentadas por RGB dos arcades.

Seguem algumas fotos tiradas diretamente do pequeno console. Infelizmente não foi possível capturar com 100% de fidelidade o visual real.

Fotos da tela do Neo Geo Mini

Baseado no gabinete da primeira versão da MVS que somente foi lançado no japão, o miniconsole conta com uma saída HDMI, facilitando a jogatina na telona. Existe também a possibilidade de conectar dois controles via USB C (os controles extras com fio são réplicas dos controles de Neo Geo CD e também contam com o direcional citado acima, que lembra um direcional analógico). Logicamente o miniconsole não tem o hardware original de uma MVS, e conta com nossa amiga emulação para realizar o trabalho. Na minha opinião, ficou muito bem feito: os jogos rodam com bastante fluidez e o som também foi emulado de maneira satisfatória, e a jogatina vai correr “quase” como na década de 90.

Falando em jogatina, claro que não podia faltar um pequeno comparativo de imagens. Decidimos apelar um pouco e colocar lado a lado capturas de tela do Neo Geo Mini contra um Neo Geo AES com placa revisão NEO-AES3-6 com mod RGB bypass feito pela GamesCare, ligado ao Framemeister usando perfil pixel perfect do FireBrandX. Clique nas imagens para visualizar melhor e aguarde carregar por completo.

Esquerda: Neo Geo AES via SCART RGB + Framemeister. Direita: Neo Geo Mini via HDMI.
Esquerda: Neo Geo AES via SCART RGB + Framemeister. Direita: Neo Geo Mini via HDMI.
Esquerda: Neo Geo AES via SCART RGB + Framemeister. Direita: Neo Geo Mini via HDMI.
Esquerda: Neo Geo AES via SCART RGB + Framemeister. Direita: Neo Geo Mini via HDMI.

Fiquei bastante feliz com a minha compra. Como fã da SNK, ter um item comemorativo como este era obrigatório. Com certeza mais um marco na historia da incrível e inigualável Shin Nihon Kikaku. Para quem quer uma solução prática para jogar os games, recomendo testar antes. A qualidade de imagem pela saida HDMI não é lá muito agradável, mas não chega a ser algo intragavel.

--

--

Fabio Michelin
RGB Inside

Fanático por games, moder GamesCare, redator, perseguidor da crocância!