Empreender? "Yes you can"!

Samira Adnan
RHlab
Published in
6 min readApr 20, 2020

Olá!

O assunto empreendedorismo sempre me chamou a atenção. Seja para discussões profissionais, estudo, ou para falar da minha própria história.

Pois bem, vou começar contando um pouco como eu me relaciono com o empreendedorismo. Filha de libaneses sempre me referi ao próprio negócio como a “lujinha” (sotaque carinhoso que meu bába se referia a Loja/ comércio), que devia receber bem os clientes, negociar e fechar o melhor acordo para ambas das partes. Desde pequena, vivenciei o ônus e bônus, que meus pais e irmãos tinham, de se ter o próprio negócio, mas ainda era uma visão “romântica” e eu explico o porquê ao longo do meu texto.

O tempo foi passando e aos 18 anos de idade — com a cara e coragem — abri meu primeiro negócio, uma Torteria (uau!!). Uau mesmo, na época eu trabalhava como Operadora de Caixa em uma concessionária de veículos e tive que abrir mão do emprego “fichado” para seguir a jornada do empreendedorismo. Pois bem, pedi demissão do trabalho como carteira assinada, recebi uma graninha da rescisão (não o suficiente para ter um capital de giro), ahh e peguei — também — o know-how da minha querida mãe (que tinha dons culinários e uma empreendedora nata).

Na época, meados dos anos 2000, empreendedorismo não era um assunto tão divulgado quanto hoje. Ter acesso ao crédito, conhecimento e experiência necessários para iniciar um novo negócio não era fácil, e isso eu não tinha. Por isso digo que foi na cara e coragem! Aprendi a lidar com equipes, aprendi a fazer tortas, doces e salgados, trabalhava quase 15H por dia para manter o negócio e os clientes. Dei conta por exatos um ano e meio como dona da torteria. Mas foi o máximo que consegui. Valeu a experiência, mas finalizei com alguns alugueis atrasados, uma dívida na CEF — que demorei alguns anos para pagar — muita experiência na bagagem, sai mais humilde de quando entrei e vi o quanto tomar conta de um negócio tinha seus ônus e bônus. Ônus de empreender no Brasil sem incentivos, lidar com medos de assaltos (assalto aqui pode ser do governo/ de clientes que não pagam ou demoram para pagar/ ou próprios assaltantes em caso de lojas físicas), medo de quebrar, de não ter a clientela perfeita, de não conseguir entregar um produto de qualidade, de lidar com uma legislação trabalhista paternalista… entre outros. E o bônus de ser dono da sua “lujinha”, é poder fazer seu tempo, arriscar sem se preocupar de ter um “chefe” te criticando (você tem clientes, no entanto a relação é diferente), liberdade para tomar decisões, errar e corrigir — fazer esse ciclo rápido nunca foi tão primordial como os dias de hoje — e finalmente ter a oportunidade de vivenciar o olhar de dono.

Ahhh, como é importante o olhar de dono e como ele ajudou a me reinventar como profissional.

No final, fechei a loja, voltei para a antiga empresa que eu trabalhava (e eles me receberam muito bem), e mesmo sendo uma assistente na área financeira, olhei aquele trabalho com um olhar diferente, com os olhos de dono: apresentei propostas de melhoria, abracei novas responsabilidades, encontrei forças para enfrentar os problemas de uma forma mais natural e o resultado: fui promovida, entrei na faculdade e sabia que não iria parar ali, que estava apenas o começando minha jornada profissional.

Mudei de emprego, consegui bons estágios, planejei minha carreira, cultivei amizades com bons colegas e mentores, passei de Secretária Executiva para Coordenadora administrativa, me apaixonei pela área de Gerir Pessoas — passei para Gestora Estratégica de Pessoas, Gerente de RH e olha eu novamente voltando às minhas raízes… empreendedora /Partner e HR Specialist do RHlab como autônoma, tendo a oportunidade de reconstruir novamente minha “lujinha” e a coragem tá aqui comigo ainda, mas agora com mais experiência e maturidade, pronta para dessa vez fazer “a lujinha” crescer.

Sabemos que Empreender no Brasil é sinal de persistência, paciência, planejamento, replanejamento e muita dedicação.

Falta um acesso maior às políticas públicas, uma legislação trabalhista mais flexível e incentivos fiscais para apoiar os empreendedores. Além das ameaças externas, enfrentamos nossos próprios medos, incertezas (principalmente no cenário que estamos vivendo) e às vezes falta de orientação adequada, empresas que apoiem os empreendedores com ferramentas e práticas de atuação (como o RHLab, olha o jabá!). Eu digo, também, que falta conhecimento de onde estamos, para onde queremos ir, qual o melhor cenário para se empreender, planejamento adequado e de fato saber fazer acontecer. Temos um sonho/ um ideal em empreender, mas como fazer isso?

Imagino que seus desafios podem ser os mesmo que os meus. Mas o objetivo desse texto é criar alguns questionamentos que nos façam pensar diferente, fora da caixa (dentro da caixa), analisar cenários futuros e enxergar oportunidade onde, nesse momento delicado, não estamos enxergando.

Uma tendência do futuro é de, cada vez mais, que as pessoas se conectem com o que gera valor para elas, é ter a liberdade de ir e vir a qualquer momento, trabalhar de onde estiver, produzir mais e com maior qualidade, de explorar o desconhecido, fazer uma entrega substancial e diferente para o público alvo, é ser líder (e aprender a ser um), é acelerar o processo de aprendizado, é adquirir novos conhecimentos, praticar o lifelong learning, e persistir em sua vontade de empreender, mesmo que passem alguns anos (ou não!). Se planeje, tenha Foco e objetivo.

Ahhh sobre os desafios de ser uma autônoma na área de RH? Sim, são muitos. Principalmente na arte em entregar valor para as pessoas (que a cada dia se modificam e precisamos estar muito alinhados com essas mudanças), para o público que ama trabalhar com outras pessoas. Estamos falando de Gente, de sonhos, de desafios profissionais, nada mais delicado e motivador que mexer com os sonhos profissionais e desenvolvimento humano. Eu continuo apaixonada com o que faço, respeitando os outros e apoiando a darem o seu melhor para conquistarem seu objetivo, mas tendo em mente que o processo de aprendizado é contínuo, muda a todo momento. Todo dia é um novo motivo para estudar e pesquisar sobre tendências, mercado global, finanças, marketing digital, marca empregadora, entre outros.

Por isso hoje eu te convido a arriscar a conhecer seus valores, seus pontos fortes e fracos e a pensar — com delicadeza — sobre a tendência de trabalho que é ser dono do seu negócio, protagonista de sua carreira, da sua “lujinha”. Se eu puder dar algumas dicas para te ajudar a refletir sobre isso, são:

  • Aproveite a quarentena para se planejar, tem muito conteúdo bom e gratuito na Internet; Ex: LinkedIn Learning.
  • Leia livros, compartilhe algumas histórias com sua rede de relacionamento, se reinvente, se desafie; Um livro clássico: Dale Carnegie como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas.
  • Programe sua carreira, seja de empreendedor, Consultor, autônomo, analista, líder… mexa-se! Ex: Programa Rh2020 (olha o Jabá novamente! #RHlablover)
  • Invista em conhecimento, leia livros de empreendedorismo, escute alguns Podcasts que comente sobre o assunto; Ex: Podcast CBN Professional
  • Escute uma música que levante seu astral nesse período;
  • Tente praticar meditação para aliviar a inquietação da mente;
  • Sorria. Mesmo quando tudo estiver ruim, se permita, e lembre "Yes, you can!"

Quer conversar mais a respeito? Estamos aqui com um canal exclusivo do RHlab e Skipo para te escutar. Vamos juntos! Acesse nosso insta @Rhlab.co e fale com a gente!

Aproveito para te fazer um super convite:

No dia 21/04, as mentoras Lud Pimenta e Rafa Andrade estarão ao vivo em um webinário falando sobre o fim das consultorias tradicionais. Nesse episódio elas falarão sobre empreendedorismo, consultoria, como ser autônomo e dar dicas valiosas!

Acesse o Link:

https://lnkd.in/ev4EiHE

NÃO PERCA!

Um forte abraço,

Samira Adnan

--

--

Samira Adnan
RHlab
Editor for

Apaixonada pela área de gestão de pessoas, enxergo o RH como parte essencial para o desenvolvimento do capital intelectual da empresa.