Pedagogia Divina

Guilherme Zamba
Rima Teológica (Blog)
3 min readJan 12, 2021

Um breve comentário da CFW 5.5

Por Chad Van Dixhoorn

Abadia de Westminster

O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e santos. (Capítulo 5. Parágrafo 5)

O mal para o bem

A Confissão de Fé de Westminster desenvolve um esboço da doutrina da providência. Ela nos lembra que Deus dirige todas as coisas, que ele usa diferentes meios para operar seus sábios propósitos, e que ele usa até mesmo o pecado e os pecadores para realizar sua santa vontade. Nos três parágrafos finais do capítulo 5 somos lembrados que Deus, na verdade, usa o pecado e o sofrimento para o bem de seu povo. E ele usa bênçãos surpreendentes para a justa punição do ímpio. Além disso opera todas as coisas para o bem da sua igreja.

O parágrafo 5, em primeiro lugar, tem uma preocupação pastoral. Ele busca nos explicar porque um Deus que é “mui sábio, justo e gracioso”constantemente nos deixa enfrentar o pecado ou o sofrimento.

Por que é que aquele que a ninguém tenta nos deixa ser tentados? Como pode ser que aquele que é santo nos deixe a mercê da corrupção de nossos próprios corações?

Por que um Pai amoroso castiga seus próprios filhos queridos “pelos seus pecados anteriores”, como ele fez com Davi (1Sm 24.1)? Em suma, qual a razão de Deus muitas vezes nos fazer conhecer o “poder oculto da corrupção e do dolo” do nosso próprio coração?

Como era de se esperar daquele que é o próprio Deus, não há uma razão única para essa exposição ao sofrimento e ao nosso próprio pecado.

Deus a usa para nos humilhar. Ele assim o fez com as pessoas orgulhosas de Jerusalém e seu rei, Ezequias, há muito tempo. Como 2 Crônicas registra: “Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava no coração” (2Cr 32.31).

Ele também expõe seus filhos à tentação e à decadência espiritual de seus corações a fim de “animá-los a dependerem mais, intima e constantemente, do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra as futuras ocasiões de pecar”.

Na verdade, ele fará tudo o que é necessário para que caminhemos junto a ele e longe do pecado “bem como para vários outros fins justos e santos”.

Alguns destes fins somente ele conhece.

Deus enviou um espinho na carne de Paulo para atormentá-lo para que não se ensoberbecesse com a grandeza dos dons e graças dadas a ele (2Co 12.7–9).

O Senhor abateu o autor do salmo 73 para que ele desse o devido valor e adoração a Deus.

Ele usou a triste negação de Pedro ao seu Senhor e amigo para, de uma vez por todas, livrar o apóstolo de sua autossuficiência (Mc 14.66–72) e para torná-lo um pastor mais amoroso a serviço do grande Pastor das ovelhas (Jo 21.15–17).

Assembléia de Westminster

Trecho extraído do livro:

Editora Cultura Cristã

Confira a apresentação(unboxing) do livro, pelos irmãos do DuGrego:

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PAZ.

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