Educar é uma Arte
Artes cênicas são a saída para uma educação especial mais eficaz e prazerosa
A arte em seus mais variados segmentos atua como um complemento à educação, seja de crianças especiais ou não. Aprimorar a criatividade, desenvolver o aluno e permitir que este se torne mais sociável são algumas das várias contribuições da arte na educação. As artes cênicas são consideradas por alguns pesquisadores como fundamentais: até Platão, antigo filósofo grego, chegou a afirmar que para serem bons cidadãos, era imprescindível que as crianças vivenciassem desta atividade lúdica.
O teatro é utilizado para incentivar a criatividade, a observação, a comunicação e o relacionamento social. Este meio artístico permite a formação de valores, como a paciência, a perseverança e, ainda, contribui para que seus alunos desenvolvam a ideia de cooperação, pois ninguém trabalha sozinho. A criança ou adolescente com deficiência encontra na arte uma forma de se expressar e demonstrar sua singularidade de maneira eficaz. Isso contribui para a sua autoestima e autoconfiança. Para a Professora Déborah Mardegan, que dá aulas de teatro para crianças surdas na escola bilíngue de surdos em Maringá, popularmente conhecida como Anpacin, um dos principais benefícios tem sido, através da interpretação de personagens, conseguir estimular nas crianças o processo de reconhecimento do outro, e também a habilidade de argumentar melhor suas ideias.
A entrevista da professora Déborah complementa a ideia de que as artes cênicas contribuem para a formação de cidadãos, principalmente, na educação e desenvolvimento de crianças especiais. Assista ao vídeo e confira:
Outro ponto importante que muitos pesquisadores defendem é que o teatro é capaz de reduzir o preconceito e, como consequência, promover a inclusão social. As artes cênicas permitem que isso aconteça, pois propicia que as pessoas repensem suas antigas concepções sobre portadores de deficiência, passando a ver não somente suas limitações, mas também suas habilidades. Como resultado temos uma melhoria na saúde dos indivíduos especiais que praticam a quinta arte, visto que, com a redução dos estereótipos e preconceitos existentes na cultura ocidental, os agentes estressores também diminuem.
A arte, aliada à formação estudantil dos indivíduos com deficiência, possui o trabalho de complementar aquilo que o ensino didático não poderia fazer sozinho, que é possibilitar o desenvolvimento criativo e, para além disso, propiciar uma vida mais produtiva e independente.
Caleidoscópio
O documentário Caleidoscópio, realizado pela atriz e jornalista Lays Ariozi, comprova a já citada importância da arte para o desenvolvimento pessoal e social de crianças especiais ou não. O vídeo apresenta cenas da peça do diretor Julio Wenceslau, “Como Vemos Esse Mundo”, realizada no Rio de Janeiro. O espetáculo teve o intuito de integrar atores profissionais com crianças e jovens especiais. Assista a o documentário e perceba que o diferente não é tão diferente quanto pensamos.
Escrito por Marianna N. Moreno
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