Taylor Swift — Evermore

Expandindo sua jornada, Taylor embarca novamente em aventuras folclóricas e fábulas escapistas

Guilherme F. Cossich
ritvalclothing
3 min readMar 8, 2021

--

Foto: Beth Garrabrant / Divulgação

O motivo pelo qual eu demorei para ouvir e opinar sobre "Evermore" foi justamente seu antecessor. O mês era dezembro de 2020 e eu ainda estava vidrado em "Folklore". Todas as faixas continuavam soando frescas aos meus ouvidos, mesmo seis meses após terem sido lançadas — e sendo tocadas na minha casa religiosamente todos os dias desde então. Quase um mês após seu lançamento, tive que me forçar a escutá-lo com a atenção que o projeto merecia. E o resultado não poderia ter sido melhor. "Evermore" é uma progressão natural da estética audiovisual de seu álbum irmão: Estamos de volta no mundo de fantasias escapistas de Taylor Swift, em um novo capítulo de suas fábulas e aventuras líricas.

O novo álbum conta com o mesmo time de colaboradores de "Folklore", sob a liderança do produtor Jack Antonoff. Como a sonoridade é exatamente a mesma, "Evermore" corria o risco de soar repetitivo, datado e tedioso. Contudo, foi exatamente o oposto que aconteceu. O disco nasce de uma forma complementar, estendendo a jornada do ouvinte que amou "Folklore", continuando a nos levar para interessantes outros lugares. Com o seu lançamento, fiquei ainda mais viciado em ambos os registros. E isso, mercadologicamente falando, é o cenário perfeito para um grande artista mainstream no pop.

“So we could call it even
You could call me babe for the weekend
’Tis the damn season, write this down
I’m staying at my parents’ house
And the road not taken looks real good now
And it always leads to you in my hometown”

Mais do que repetir uma fórmula já trabalhada, Taylor se aprofunda ainda mais no sóbrio universo de "Cardigan" e "Exile", agora sob uma perspectiva mais colorida e ensolarada, trocando algumas lágrimas por sorrisos ("Willow", "Ivy", "Dorothea", "Closure"). Isso não significa que a melancolia e introspecção escapista não esteja mais presente — ela se potencializa em canções como "Tolerate It", "Coney Island", "Champagne Problems" e a minha favorita: "'’Tis The Damn Season".

Com arranjos mais elaborados e uma maior complexidade instrumental, observamos um salto evolutivo de "Foklore" para cá. A artista novamente resgata suas raízes em "No Body, No Crime" e "Cowboy Like Me", duas das músicas mais country de seu catálogo em mais de dez anos. Outro elemento que agrega valor ao pacote final são os riffs reverberados de guitarra que se destacam em "'’Tis The Damn Season", além da instrumentação em piano que novamente permeia todo o projeto ("Champagne Problems", "Closure", "Evermore").

“Oh, I can’t
Stop you putting roots in my dreamland
My house of stone, your ivy grows
And now I’m covered in you”

Em suma, mais uma obra nasce com a delicada e sincera qualidade de transportar o ouvinte para mágicos lugares, contando histórias sobre as inúmeras possibilidades do amor: desde alegria até a tristeza. A missão de aprisionar o ouvinte e fazê-lo não querer acordar desse sonho folclórico foi mais uma vez cumprida com sucesso.

Evermore (2020)

Destaque: 'Tis The Damn Season, No Body No Crime, Ivy, Evermore
Nota: 📀📀📀📀📀

Leia também: Taylor Swift — Folklore

--

--