O que você prefere: viver ou sobreviver?

Rodrigo Aguiar
Rodrigo Aguiar
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6 min readApr 4, 2017

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Cena de Tempos Modernos

Você tem a impressão de que está vivendo como se fosse um expectador de sua própria vida?

Se sim, saiba que isso é muito, mas muito comum. Veja uma mensagem que recebi essa semana:

“Eu li sobre os artigos que você escreveu e achei interessante, mas não consegui encontrar motivos para me motivar aos estudos para meu aprimoramento pessoal e profissional.”

Recebi essa mensagem de um amigo e conversamos sobre esta afirmação que ele trouxe para entender melhor o porquê de sua dificuldade.

Posso afirmar, que há muitos fatores envolvidos nessa história toda e não é possível abordar tudo de uma vez. Desta forma, resolvi abordar um aspecto da questão, o das variáveis que influenciam nossa felicidade ou satisfação e a consequente busca por elas.

Em uma pesquisa publicada em 2016, o instituto Gallup mostra que, no mundo, apenas 13% dos funcionários de empresas em diversos pontos do planeta estão efetivamente engajados em seu ambiente de trabalho e que dentre as empresas com funcionários mais engajados, há um resultado de 21% mais rentabilidade, 17% mais produtividade, 10% mais avaliações positivas dos clientes, 41% menos absenteísmo e 70% menos acidentes de trabalho.

Você já deve ter percebido o impacto disso tudo: A maioria das pessoas do mundo extremamente desmotivada e realizando muito menos do que poderia, sendo muito menos do que deseja, vivendo abaixo do nível aceitável de satisfação pessoal. Será que essa é a sua realidade? É bem possível que seja, mas acalme-se há saídas!

Tristeza, de Divertidamente

O estudo em foco mostra o quanto as expectativas geradas no ambiente de trabalho influenciam esse cenário e quais as melhores abordagens para que o mesmo seja melhorado e dentre essas abordagens está o foco nas forças e potencialidades das pessoas.

Em outra pesquisa o instituto demonstra que as empresas com melhores resultados são aquelas que investem numa abordagem de foco nas forças e virtudes dos funcionários.

Oras, parece que o modelo usado pela maioria das empresas está indo ladeira abaixo, e mesmo assim continuam insistindo no mesmo. Por que será que isso acontece?

A explicação parece vir à tona quando entendemos que as relações estabelecidas no ambiente empresarial são apenas um reflexo das relações que normalmente estabelecemos no âmbito pessoal, seja com outras pessoas ou conosco mesmos.

No livro Felicidade Autêntica, Martin Seligman apresenta a equação da felicidade. (Sim, ela existe! E não é a única, vale a pena pesquisar também as publicações de Chip Conley e Sonja Lyubomirsky)

Neste texto vou me ater apenas à equação do Dr. Seligman.

H = S + C + V

Onde:

H (happiness) = nível de felicidade.

S (set range) = limites preestabelecidos.

C (circunstances) = circunstâncias da vida.

V (voluntary) = fatores que obedecem ao seu controle voluntário.

Será que o tio Einstein também sabia essa?

Particularmente eu prefiro uma abordagem do tipo H = f(S,C,V), onde a felicidade é uma função (ainda a ser estabelecida) de S, C e V pois é bastante difícil estabelecer os níveis de contribuição de cada fator numa somatória como essa. Há pesquisas estatísticas que estabelecem as faixas de contribuição de cada um deles, mas não serão o nosso foco de estudo no momento.

O “S” da equação pode ser entendido como sendo constituído por características genéticas e pela nossa rotina hedonista, sendo que eles parecem trabalhar de forma a impedir que os níveis de felicidade aumentem no indivíduo.

Pesquisas sugerem que uma parte de nossa felicidade pode ser determinada geneticamente e é exatamente sobre este aspecto que se assentava a teoria aceita durante muito tempo de que os níveis de felicidade de um indivíduo são pré-estabelecidos e que tendem a se manter constantes ao longo do tempo. Pesquisas posteriores mostraram que esse fator é apenas mais um dentre outros.

A rotina hedonista é aquela onde cria-se uma adaptação rápida e inevitável aos estímulos considerados bons que perseguimos na vida, como prazeres sensórios e bens materiais. Essa constante busca faz com que nos adaptemos à eles de forma que mais daquele estímulo contribui pouco ou nada com a felicidade geral. Para entender facilmente isso, coma seu prato preferido todos os dias e depois me diga se ele contribui para seu sentimento de bem estar no décimo dia. Ahá! Agora ele não parece mais tão delicioso né?

O “C” da equação equivale às circunstâncias da vida, que contribuem sim para uma felicidade maior, porém tem limites em sua contribuição e, além disso, em geral, são muito difíceis de mudar ou essa mudança é cara demais. Aqui comparecem fatores tais como situação econômica, idade, estado civil, instrução, clima, raça, saúde, gênero, inteligência e religião.

Enquanto que os fatores “S” e “C” são aqueles sobre os quais temos pouco ou praticamente nenhum controle, há o fator “V”, sobre o qual possuímos controle e que sozinho já possui contribuição em nosso nível de felicidade mas, além disso, ele influencia diretamente o nível de felicidade haurido em “S” e “C”.

Essa influência é determinada por alguns fatores, dentre eles as emoções que cultivamos sobre nós mesmos e as circunstâncias que nos envolvem, seja no passado, presente ou futuro.

Você olha para o passado com orgulho ou vergonha? Olha para o presente com êxtase ou desânimo? Olha para o futuro com esperança ou medo?

O autor nos mostra que temos poder para escolher a forma como colocamos as emoções para trabalhar nesses contextos, mas que é bem comum que as pessoas fiquem presas no aspecto negativo das emoções, criando assim uma verdadeira gaiola de tristeza e desespero.

Existem técnicas e ferramentas para ressignificar emoções a respeito de qualquer ponto da linha do tempo de nossas vidas. Em outros textos poderemos falar sobre elas. Por enquanto, tenha consciência de que você pode sim modifica-las e que passamos muito tempo dentro dessas gaiolas desnecessariamente.

Por conta da solicitação do meu amigo, vou me concentrar apenas no momento presente e uma das fontes mais importantes para se haurir felicidade autêntica e duradoura no momento presente é o uso de suas forças e talentos no seu potencial máximo. Ops, mas é justamente isso que a pesquisa do Gallup disse lá em cima, lembra?

Os talentos são aquelas características que você possui e que te destacam positivamente e de forma tão natural por conta de já ter lapidado (por exemplo a inteligência lógica e matemática ou um bom ouvido para música), já as forças são características que você admira, mas que precisa escolher praticar, elas não comparecem de forma tão automática (por exemplo a coragem, a justiça e a originalidade).

Quando usamos nossa vontade para aplicar talentos e forças de forma consistente, naturalmente haurimos felicidade e uma felicidade que não diminui com o tempo, como um aumento de salário, por exemplo. Este precisaria ser constante e mesmo assim, a rotina hedonista, como coloquei acima, fará o estímulo perder seu poder de criar felicidade.

Ou seja, para que você possa não só sobreviver, mas viver mais plenamente, você deve se aplicar em descobrir quais são suas forças e talentos e buscar utilizá-los diariamente, seja qual for a sua profissão. É aqui que separamos as pessoas engajadas em algo, daquelas que estão apenas de “corpo presente”.

Cena de Uma mente brilhante — Todos podem usar talentos e forças de forma plena

Como disse acima, há uma influência muito forte das emoções que nutrimos sobre passado, presente e futuro, mas começar a entender suas forças, com certeza de ajudará a sair da sua gaiola de lamentação.

Quer descobrir suas forças? Vou ajudar você nessa jornada.

Existe um site que usa todos esses conceitos que foram construídos dentro da psicologia positiva do Dr. Seligman e através de uma avaliação online, te mostra a estrutura de suas forças de caráter.

Entre lá e descubra-se um pouco mais.

http://www.viacharacter.org/www/

Espero que esse texto tenha mostrado a você, que está em suas mãos escolher usar ou não o fator “V” da equação. Tome as rédeas de sua vida em suas mãos!

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Abraços.

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