Saiba um pouco mais sobre as barreiras em sua vida

Rodrigo Aguiar
Rodrigo Aguiar
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6 min readMar 26, 2017
O Menino do pijama listrado (faça um favor a você e assista).

Ei, você! Diga-me, existe alguma área ou assunto de sua vida em que por mais que tente, você parece apenas patinar, sem sair do lugar?

É bem provável que sua resposta seja sim. Todos nós, em alguma medida, possuímos limites, áreas sensíveis e barreiras com as quais não sabemos lidar.

Até por uma questão de aprendizado, treino e amadurecimento é natural que tenhamos limites, mas será que é natural permanecermos limitados por eles indefinidamente?

Quanto de sofrimento, desilusão, ansiedade e tristeza não são devidos a estes limites com os quais convivemos?

Para tentar ilustrar onde estou querendo chegar, vou contar mais um “causo” recente.

Por conta do texto da semana passada, um amigo estava falando a respeito de seus medos e, no meio da conversa, ele disse: “Eu sou péssimo com gerenciamento do tempo mesmo quando tenho tempo”.

Ao ouvir isso, eu pensei: “Wow, esta é uma ótima oportunidade para aprofundar o texto anterior”

O coelho de Alice no país das maravilhas vivia ansioso.

Uma pessoa que tem dificuldades para fazer uma boa gestão do tempo, tende a viver de forma ansiosa ou, no outro oposto, displicente (quando não oscila entre estes dois opostos). Isso poderá levar a problemas de relacionamentos, de rendimento, seja profissional ou nos estudos, problemas de auto estima, entre tantos outros que não é possível mapear sem conhecer a realidade de cada um.

Quantas pessoas você conhece (isso se não for uma delas) que vive dizendo que são péssimas na gestão do tempo, na gestão financeira, nos relacionamentos, na organização pessoal, nos estudos, etc. e que, por conta dessas dificuldades, vivenciam problemas que afetam gravemente suas vidas como um todo?

O fato é que, em geral, alguém que possui uma crença do tipo “sou péssimo em”, tende a obter resultados que fortificam essa crença, fortalecendo também as emoções e sentimentos envolvidos, que por sua vez, vão atuar sobre decisões e pensamentos futuros ajudando a obter resultados parecidos, num verdadeiro labirinto, onde a tendência é a de desistir de caminhar, já que não encontra a saída. Era o caso do meu amigo e sua gestão de tempo.

Vou dar um exemplo simples, que acredito vai falar diretamente com você.

A adolescência é um período, em geral, conturbado para todos. Uma fase onde muitas inseguranças e incertezas a respeito de nós mesmos e do mundo criam inúmeros fantasmas com os quais todos temos de lidar. A necessidade de ser aceito, de pertencer a um grupo é algo que exerce um poder muito grande sobre as mentes ainda em formação dos jovens em geral.

Neste cenário, um adolescente que por algum motivo seja alvo de zombarias pelo seu modo de falar ou pelo conteúdo do que falou, pode se tornar cada vez mais inseguro e introvertido, de forma a evitar se comunicar e se expor. Pode ser que tenha dificuldades de conversar sobre seus sentimentos durante um namoro ou que não se comunique com seu chefe no trabalho de forma adequada.

Essas zombarias criaram emoções e sentimentos que cristalizaram a crença de que não sabe se comunicar ou de que a comunicação pode ser um perigo (olha o medo aí novamente) e, mais tarde, afetam sua capacidade de comunicação, reforçando a crença limitante, num ciclo sem fim.

A psicologia cognitivo comportamental nos diz que esses padrões são normalmente criados na primeira infância, então, no caso do adolescente do exemplo, é bem possível que esse mapa mental tenha se estabelecido muito antes, embora novos mapas possam ser criados em qualquer momento da vida (e isso é muito importante!)

Note que essas emoções e sentimentos, como você pôde ver no texto anterior, agem em nós de forma instintiva, afetando nossa capacidade de raciocínio, mesmo que a situação gatilho não se apresente mais hoje (Dê uma pesquisada no tio Pavlov e seus cãezinhos que salivavam ao som de uma sineta).

Pavlov (simpati-cão). Conte-me mais sobre suas crenças.

Esse mecanismo todo não cria apenas limitações, mas também formas de operação padrão que também prejudicam o seu executor sem que ele perceba isso.

Conheci um garoto, que de muito dócil, educado e estudioso, passou a ser um bullier (aquele que pratica o bulling) de uma garota que era também dócil, educada e estudiosa como reação de defesa já que inicialmente, o alvo do bulling era ele.

Conheço adultos respeitáveis e com altos cargos em grandes empresas que estão o tempo todo buscando formas de fazer piadas inadequadas sobre outras pessoas e que claramente são produto de uma experiência parecida.

Como resolver isso então? É óbvio que não poderemos eliminar as situações frustrantes, estressantes e decepcionantes da vida de ninguém, embora muitas delas sejam claramente desnecessárias e poderiam ser facilmente eliminadas da vida em sociedade a partir de uma perspectiva mais consciente. Tais situações fazem parte da vida e temos sim que aprender a lidar com elas como parte do amadurecimento emocional.

No texto anterior você viu que uma boa medida para resolver isso é a tomada de consciência de que esses mapas (padrões) mentais estão agindo sobre você. Neste texto, gostaria que você entendesse que além disso, é preciso buscar os meios necessários para que você possa superar esses limites.

Após tomar consciência desses padrões, pode-se partir para ações que vão ajudar você a ter uma percepção diferente da realidade ao seu redor e de si mesmo. Lembre-se que a percepção de algo (gatilho) gera emoções, sentimentos que associados às experiências criam nossas crianças.

Usando como exemplo a gestão do tempo:

  • Quais ferramentas já buscou utilizar?
  • Quais as metodologias procurou estudar?
  • Como fazem aqueles que você admira por conseguirem bons resultados?
  • O que você acredita que deveria conseguir como resultado?
  • De que forma esse resultado se relaciona com os daqueles que você admira?

Creia-me, para tudo e qualquer coisa que você queira fazer ou ser, há um jeito, um método, uma ferramenta que serão os melhores para ajudar você a obter os resultados que almeja, sendo que, ao partir para a ação utilizando-os, eles contribuirão para que você construa uma nova percepção da realidade que reforçará aos poucos a crença de que é sim possível ser melhor, não como crença vazia, mas baseada nas novas evidências dos progressos que vão se somando. Sacou a “mágica” da coisa?

Meu amigo que citei no começo, assim como muita gente, tende a acreditar que aqueles que obtém bons resultados são seres especiais, com um dom natural para obtê-los. A verdade é que as pessoas podem sim apresentar alguma facilidade para fazer algo (todos tem as suas, inclusive você!), mas independentemente dessa facilidade, se não buscarem um jeito, uma metodologia ou ferramenta que lapidem a mesma e a coloque em uso, ela de nada servirá.

Em geral, bons resultados são oriundos de dedicação, disciplina esforço.

A única coisa que pode te impedir de conseguir isso é a crença de que com você isso não funciona, que você não consegue, que você é inferior ou que nunca vai aprender.

Se isso te passar pela cabeça, por favor, volte ao primeiro parágrafo e leia novamente.

Henry Ford — Acreditava, apesar de tudo e todos.

“Se você acredita que pode, você tem razão. Se você acredita que não pode, também tem razão”. Henry Ford.

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Abraços.

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