O City “simples”, que potencializou as qualidades e adaptou-se ao adversário.

Rodrigo Seixas
Rodrigo Seixas

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Foi fazendo o “simples”, que o Manchester City amassou o Arsenal e deu uma passo enorme para conquistar a Premier League.

Johan Cruyff diza: “Jogar futebol é muito simples, mas jogar futebol simples é a coisa mais difícil que existe”. Contra o Arsenal dá pra dizer que o City jogou simples e fez isso muito bem.

Na temporada o Manchester vinha jogando quase que no 3–2–5 (Defendia no 4–4–2). Com três zagueiro dois volantes e mais cinco jogadores mais próximos do gol. Posicionamento para furar melhor a defesa rival, que normalmente jogo bem fechada e próxima do gol do City.

Contra o Arsenal foi algo mais “simples” um 4–4–2 mais comum, em todas as fases do jogo, com Akanji assumindo a posição de lateral esquerdo e Walker de direito. O importante era não desmanchar muito a formação, para sair jogando bem e se recompor bem depois de um ataque, evitando os contra-ataques.

Nesse jogo mudou um pouco algumas questões estratégicas também. Usando a posse de bola para correr menos riscos na defesa e atrair os Gunners (usou o 5+2 pra sair). A ideia era não perder a bola perto do gol e ter campo para correr, para acionar Haaland e De Bruyne no ataque.

Depois do jogo Pep Guardiola disse que a estratégia escolhida tem muita a ver sobre como o adversário iria se defender e atacar a equipe dele. Nos outros duelos contra o Arsenal o time treinado por Arteta foi melhor que nesta partida e deu muito mais trabalho ao City.

“Como eu quero jogar? Me diga como o adversário vai se defender ou me atacar.”

O Manchester City usou bastante jogadores para sair jogando, atraiu o Arsenal e a armadilha estava aí. Stones lançou a bola ao ataque, Haaland fez o pivô e acionou De Bruyne. O camisa 17 acelerou (e ele é bom nisso, mesmo que não falem tanto sobre) e fez o gol.

A dupla da frente, De Bruyne e Haaland funcionou bem demais no jogo, porque muitas vezes receberam no mano a mano com os defensores com campo para correr, Haaland adora isso, e com um parceiro para ajeitar a bola e correr com ele, era muito difícil segurar eles.

O Arsenal foi vendo o jogo ficar complicado e foi errando também passes que deram essas chances aos City, tanto o 3º quando o 4º gols vieram de erros do Arsenal. O segundo foi de uma falta em Haaland.

Esse jogo que terminou com gol de Haaland, impressionou mesmo pelo quanto ele foi participativo inserido no jogo. No jogo ele fez 1 gol de 50 dele na temporada, mas também foram duas assistências de “só” 8.

Dar campo para Haaland correr também foi importante, ele combina com isso. O Arsenal gosta de subir a marcação e não faria diferente, o que não significa que o City iria se aproveitar aotomáticamente disso.

Defensivamente o City também foi muito bem, o Arsenal só conseguiu criar para um xG de 0,48. Marcou um gol é verdade, mas produziu muito menos que o comum, Martinelli, Jesus, Odegaard e Saka não tiveram uma chance.

Arsenal é um time que usa muito os lados do campo para criar chances, e neste jogo Pep colocou Walker bem próximo de Martinelli e Akanji de Saka. Eles não conseguiram fazer o jogo que estão acostumados. Guardiola disse que teve dúvidas de ia de Akanji ou Laporte, mas o duelo contra o Bayern pesou a favor do suíço.

“Depois de ver Akanji contra Coman, Sané e Musiala, como ele venceu os duelos um a um, ele foi incrível e eu pensei que com Saka e Martinelli ia dar certo. Com ele e Walker sendo agressivos.”

Além disso a posse de bola cuidadosa e a saída bem sustentada foram desarmando o Arsenal que nesse mapa da Opta feito um pouco antes do fim da primeira etapa. Você como os Gunners não passavam do meio campo.

A vitória dominante do City mostra um time de Pep muito forte como ele sempre fez, mas com novas características. Uma verticalidade mais recente para aproveitar um nove que é fora de série.

O Arsenal faz um temporada incrível, bem acima das expectativas. O problema é que deula contra o City que parece que vencerá a Premier League mais uma vez.

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