Influenciando influenciadores e discussões em loop — Revisto e Atualizado

Rogério Lima
Rogerio Lima
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4 min readMar 18, 2016

*Mais um texto originalmente escrito no meu blog pessoal, lá em 2011 e que, 5 anos depois, resolvi atualizar para deixar a conversa mais “fresca”. Então, vamos lá!

Todo ano se abre a mesma polêmica em épocas variadas: Devemos ou não aceitar brindes de agências em troca de divulgação “espontânea”?

À época, a questã foi levantada pela Bia Granja, do Youpix, em um post que foi publicado, originalmente, no Blue bus (e que hoje você pode lê-lo aqui), que foi plenamente apoiada e ainda mais inflamada pelo amigo Fernando Gravz. Outros pontos de vista interessantes também foram demonstrados como o do Buchecha (que levantou o mesmo ponto, mas com 3 vertentes que concordei), o do Metheoro, o da Luciana Sabbag (que havia trazido para a pauta o ponto de vista da agência nesta situação, mas que, infelizmente, seu texto está em privado) e o da Cgiane que, ao meu modo de ver, foi mais realista. Realista sim, pois ela cita, no mesmo texto, as agências que “cobram” a publicação de qualquer coisa por conta do brinde enviado e, também, os “negativadores”, mais conhecidos como Mimizentos que sempre reclamam que nunca receberam nada enquanto vários receberam (eu mesmo já fiz isso diversas vezes, faço até hoje e não me envergonho de falar).

Mas o que devemos realmente debater? Quem já é profissional ou quem busca o profissionalismo?

Qual seria a fronteira entre ser “profissional” e a famosa “prostituta de agência”?

Tudo DEPENDE. Vários pontos de vista foram ditos. Tanto o do blogueiro, tanto de quem recebeu brindes e o da agência (e ainda falta a nova categoria: o Vlogueiro). Agora, falarei sobre o meu ponto de vista: Um publicitário que trabalhou em agência e com blogs e que busca a profissionalização de sua própria empresa de conteúdo para Internet.

Por que depende? Porque sim. Depende do conteúdo, do criador de conteúdo e do objetivo: tanto dele, quanto da agência. Depende porque se o cara sempre aceitar isso, até mesmo depois de se “profissionalizar”, mostrará que ele é maleável a ponto de trocar suor pelos tais “mimos” e que ele aceitará, também, cesta básica em troca de votos nas eleições ou, ainda, descontos a nível de compra coletiva nas demais publicidades de seu blog/canal/whatever.

MAS depende mais ainda se, principalmente, ele gostar de receber.

Sim, afinal, como bom seres humanos que somos, gostamos de ser agraciados com presentinhos. A cobrança sobre o comentário, em reciprocidade ao brinde enviado, é o ponto onde eu acho extremamente errado, mas quem deve achar critério de “sim e não” ou “certo e errado” e de “divulgar ou não” é direito exclusivo de quem recebeu e vai divulgar. Lembrando sempre que: depende do objetivo do cara.

No MEU caso e no MEU ponto de vista, eu filtro. Se no primeiro contato a pessoa já quer me enviar o brinde, mas não fala na reciprocidade de um “review obrigatório”, eu aceito. Se for ao contrário, não. Eu ainda penso em “trabalhos futuros”, “networking” e “vantagens”. Vou explicar melhor: Recebi um brinde agora mas, mais para frente, a mesma agência vai incluir meu blog/canal em uma campanha paga (ou, as vezes, bem paga). Tanto isso, quanto o networking e as vantagens fazem parte de um plano chamado “quem não é visto, não é lembrado” o qual eu preciso voltar a buscar uma presença maior do meu blog/canal em campanhas e alcançar o tal “profissionalismo” da minha empresa de Conteúdo.

Muitos criadores de conteúdo não pensam assim, não aceitam nada, não participam de nada e são os primeiros a reclamar que são esquecidos.

Triste, mas verdade.

Tá certo que, se venho a ser convidado para um evento como “engajador” e, nem o mínimo de despesa for desprendida por parte da agência/empresa, não me dou o trabalho de sair de casa. Haja visto que se você foi convidado, deve ser tratado como tal ou você deverá entrar como apoiador do evento. Se você for e for ainda pagando passagem e hospedagem do seu bolso, parabéns: você é uma prostituta de agência.

O Martorelli ainda comentou, à época, que blogueiro não é jornalista e que não deveria receber “suplemento”. Sim, blogueiro (ou qualquer outro criador de conteúdo) não é jornalista, mas pode vir a ser. Do mesmo modo que jornalistas se tornam blogueiros. Em ambos os casos, um para ser o outro, não depende de formação ou diploma. Basta ser.

E outra: a questão não é se o cara é jornalista ou não, mas sim o seu poder de influência, relevância e persuasão. Alguns blogs tem mais acessos que muitos portais famosos na internet, bem como muitos vlogueiros tem mais audiência em seus canais do que muito canal de TV e isso não se pode negar e nem evitar. Outros são jornalistas formados, trabalham em um grande portal e fazem uma nota sobre algum famoso que foi fotografado saindo de um restaurante meia boca.

Tudo depende.

O loop infinito fica na opinião de cada um e no poder de decisão que cada um tem sobre o seu veículo.

Essa é minha opinião e meu ponto de vista sobre isso tudo.

Mas, ainda, depende de você entender, interpretar e aceitar a minha opinião.

Ou não.

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Rogério Lima
Rogerio Lima

CEO da Seu Amigo Agência Digital. #Creator e Rei dos Projetos™ since 2003.