A despedida solar

Para contemplar uma bela paisagem e se desvincular da correria da cidade, a dica do fotógrafo Celso Dias é uma boa pedida!

Camila Agner
Rotas do Oeste
3 min readNov 9, 2017

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Você pode até pensar que o Lago Municipal é o principal cartão postal da cidade. Pode pensar, inclusive, que só do Lago é possível contemplar a imagem mais privilegiada de Cascavel. Mas o vendedor de carros e fotógrafo Celso Dias está aí para provar o contrário. “Se um dia construírem nesse lugar aqui, eu acho que fico doente. Deveriam tombar o lugar. É lindo demais. Poderiam fazer um mirante, um local de encontro de fotógrafos, colocar uns quiosques, oferecer estrutura e explorar essa paisagem incrível que dá pra ver daqui”, comenta.

Esse “aqui” é um terreno baldio localizado na Avenida Rocha Pombo, próximo à faculdade Unopar. O terreno é grande em largura e profundidade. Quem passa pela avenida não imagina o que tem no lado de lá. Celso, no entanto, não só imaginou como cansou de ficar só nessa estaca e resolveu explorar. “Quase todos os dias, eu venho nesse lugar. A maior parte das minhas melhores fotos foi tirada aqui. Eu até brinco dizendo que é o meu escritório. É um lugar bonito, tranquilo. Nem parece que você está na correria da cidade”, indica Celso.

“Cascavel é uma cidade linda. Eu fotografo muito pra mostrar as belezas daqui. O céu daqui é sem igual. Não tem cidade que tenha um por do sol mais bonito que aqui”, diz. E não é só o céu que ganha destaque. “Poucos são os lugares que tem um lago como o nosso, cheio de mata nativa e boas paisagens. Por isso, sempre que vem alguém de fora, eu indico que visite o Lago. É um lugar sem igual”

O terreno, apesar de baldio, não é cheio de mato ou de difícil acesso. O proprietário, que parece não se importar com os visitantes-contempladores-da-paisagem-cascavelense, regularmente manda cortar o mato, o que torna o espaço ainda mais amplo. Sendo assim, basta adentrar no terreno, dar alguns passos, se permitir explorar a área e contemplar. “Às vezes, eu trago uma cadeira e fico horas aqui. Um dia, eu estava lá pra baixo no terreno, numa área que já nem dá pra ver mais a rua, quando ouvi um barulho esquisito. Olhei e era uma lebre passando. Ela parou e me olhou. Eu me mexi devagarzinho pra tirar a foto, mas ela acabou escapando”, conta o fotógrafo.

CAÇADOR DE TEMPESTADES

O catálogo do trabalho do Celso, porém, guarda muito mais que as fotos que estamparão este livro. “Eu sou o legítimo caçador de tempestade. Se tem tempo severo, eu vou procurar o melhor lugar pra fotografar. Aqui, eu gosto porque parece que tem um encontro. É o melhor lugar para contemplar o por do sol e, também, aquelas tempestades cheias de raios”, relata. “Andando por aí, eu já tirei muita foto. Tenho vários HDs guardados. Agora encomendei mais um. São milhares de fotos”, completa.

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Camila Agner
Rotas do Oeste

Jornalista resgatando o hábito de escrever “só por escrever”.