As rotas de Elias Canetti no livro Uma Luz em meu Ouvido

A autobiografia narra o período que vai de sua ida a Frankfurt, nos anos 20, até o término de seu 1ºlivro, Auto-de-fé, em Viena.

Roteiros Literarios
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13 min readDec 30, 2020

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por Leonardo de Lucas

Esta é a segunda de uma série de quatro postagens sobre os livros autobiográficos do escritor búlgaro premiado com o Nobel de Literatura em 1981, Elias Canetti. Cada uma das publicações trata de uma obra específica: A língua absolvida, de 1905 a 1921; Uma luz em meu ouvido, de 1921 a 1931; O jogo dos olhos, de 1931 a 1937; e Festa sob as bombas, de 1939 a 1949.

Elias Canetti é um autor que traz no bojo de sua história boa parte dos problemas do século 20, principalmente em sua primeira metade. Da infância à fase adulta, vivencia os grandes traumas que quase destruíram por completo as bases da civilização europeia. É contemporâneo de quatro conflitos que lhe dizem respeito: a Guerra dos Bálcãs, entre 1912 e 1913; a Primeira Guerra, de 1914 a 1918; a Guerra Civil Espanhola, de 1936 a 1939; e a Segunda Guerra, de 1939 a 1945.

Elias Canetti (1905–1994)

Apesar de nascer numa região distante dos centros de decisão político-econômicos, é levado, por conta de contextos variados, a morar em algumas das principais cidades europeias. Está em Viena quando a Primeira Guerra Mundial começa. Vê Lênin em Zurique meses antes de seu embarque no trem que o levaria de volta à Rússia para comandar a Revolução de 1917. Em Frankfurt, vive o drama da hiperinflação alemã dos anos 20. Sente, em Londres, o impacto dos bombardeios nazistas nos primeiros anos da Segunda Guerra.

O segundo livro a ser apresentado nesta série se chama Uma luz em meu ouvido (Die Fackel im Ohr). Nele, é relatado o período de juventude do autor, que também coincide com a época de seu amadurecimento intelectual. A autobiografia narra o período que vai de sua ida a Frankfurt, nos anos 20, até o término de seu primeiro livro, Auto-de-fé, em Viena. É um dos momentos mais críticos da formação do escritor. O conflito entre ter de ganhar dinheiro e seguir carreira literária é uma constante nos dez anos que perfazem a história. Canetti descobre em Viena duas influências que lhe serão marcantes: Karl Kraus e Veza, futura Veza Canetti. Nos pouco mais de três meses em Berlim, o jovem escritor ganha a experiência de uma vida inteira: conhece Bertolt Brecht, Isaak Babel, George Grosz e Ludwig Hardt.

FRANKFURT: 1921–1924

A mudança para Frankfurt foi uma ruptura violenta. Depois de muitos anos vivendo em Zurique, Canetti agora encarava um ambiente diferente de tudo que havia visto antes. Seu modo de ver o mundo, o apreço pelos livros e pela erudição, nada disso importava na Alemanha dos anos 20. Tudo se resumia a conseguir recursos, a lutar pela existência num contexto de hiperinflação.

Os Canetti residiam agora em dois quartos pequenos na Pensão Charlotte. O jovem Elias guarda na memória muitos dos hóspedes com que conviveu. Relata com detalhes a atmosfera do lugar: os conflitos, as intrigas, os romances. Muito se falava sobre a guerra e os impactos nefastos que ela provocou na sociedade alemã. Outro assunto em voga era a crise inflacionária. Canetti via com desconfiança tudo o que soasse linguajar técnico de economistas. Sempre que isso acontecia, a imagem de seu tio de Manchester lhe vinha à mente.

Os personagens comensais são descritos nos detalhes. Naquele pequeno microcosmo gravitavam exemplos muito representativos da época vivida. Eram professoras, ex-combatentes da Primeira Guerra, viúvas, trabalhadores do comércio, corretores de imóveis. Dentre eles, Mathilde, a mãe de Elias, tinha lugar cativo na mesa e quase sempre estava envolvida nos principais assuntos discutidos, independente do que versassem: guerra, negócios, amor, literatura, política, teatro, etc.

Local onde funcionava a pensão Bettina depois, convertida em um hotel em Frankfurt

A pensão, que na realidade se chamava Bettina, ficava situada no número 89 da Bockenheimer Landstrasse. Atualmente, o prédio tornou-se parte de um hotel que leva o nome de Palmenhof. O casal, que criou o empreendimento no fim dos anos 1940, comprou o prédio e os do entorno, ou o que sobrou deles, já que estavam praticamente destruídos pelos bombardeios do fim da Segunda Guerra. A reconstrução durou anos e o hotel foi se constituindo aos poucos. Acredita-se que os cômodos onde viviam os Canetti sejam os correspondentes atuais aos quartos 17 e 18. Em 2005, na celebração dos 100 anos de nascimento de Elias, uma placa comemorativa foi colocada na fachada e o espaço foi incluído no circuito literário da cidade.

Perto dali ficava a Wöhlerschule, escola que o filho de Mathilde vai frequentar nos primeiros anos. No livro, Elias narra as amizades que fez e detalha algumas conversas que envolvem religião, literatura, relacionamento com professores, mundo acadêmico, vínculo entre arte e negócio, universo feminino, do qual o jovem pouco sabia. O centro educacional ainda existe, mas desde 1957 localiza-se em outra região, já que o antigo prédio foi também destruído durante os bombardeios dos últimos meses do regime nazista.

Sobre os livros, finalmente Elias lê August Strindberg, paixão da mãe, e não gosta muito do que descobre. De um professor de alemão, Canetti encontra estímulo para a leitura dos clássicos antigos. A biblioteca do corpo docente fica à sua disposição. Também há ensaios de peças gregas e dramatizações que o estimulam a gostar do teatro. Elias frequenta assiduamente o Schauspielhaus, onde se apaixonou por Gerda Müller. Outra lembrança destacada é a de Carl Ebert recitando Gilgamesh, especialmente o trecho do lamento sobre a morte de Enkidu.

A turbulência de uma época de crescente miséria e de muita radicalização política percorre boa parte do trecho sobre os anos em Frankfurt. Elias vê uma mulher desmaiar de fome e desespera-se ao vivenciar a situação; percebe que a medicina não é a sua escolha profissional. Muitas menções ao clima de paranoia contra franceses, judeus e comunistas. Boatos que corriam como fogo faziam as massas se inflamarem de ódio. No período, houve o assassinato do político judeu Walther Rathenau e no Zeil, rua do centro da cidade, seguiram-se manifestações de protesto.

No último ano em Frankfurt, a família se separa novamente. A mãe, não se sentindo bem, dirige-se para o sul. Os três irmãos vão morar na casa de Frau Suse, junto de seus filhos e de outros hóspedes. Quando Mathilde melhora retira os dois irmãos de Elias e os matricula em escolas de Viena. Canetti permanece para terminar o exame final (Abitur); depois iria frequentar a universidade na capital austríaca.

VIENA: 1924–1925

Elias e seu irmão Georg passam a morar por alguns meses num quarto do apartamento de Frau Sussin, na Praterstrasse, 22. Os dois começam a estudar juntos e aproveitam o tempo livre para se divertirem no famoso parque de diversões Prater. Aos sábados, as visitas à casa da família Asriel, no bairro onde residia, revelam dois nomes que serão muito importantes na vida do jovem universitário: primeiro, o do escritor satírico Karl Kraus, e, por meio dos assuntos ligados a esse, o de Veza, sua futura esposa. As palestras de Kraus eram a sensação: “Em suas conferências ele atacava tudo o que era mau e corrupto”.

Parque de diversões frequentado por Canetti e o irmão na Praterstrasse, em Viena

O autor também era o dono e principal redator do jornal Die Fackel (A Tocha). De lá, julgava tudo o que acontecia na sociedade vienense: “Ele próprio era o acusador, ele próprio era o juiz”. Elias fica fascinado com a fala e com a sedução da oratória daquele sujeito e os Asriel haviam comentado sobre uma menina bonita que não perdia aquelas palestras por nada: Veza. O nome original do livro de Canetti faz menção explícita ao canal de comunicação de Kraus. A tradução para o português retirou a palavra “tocha” e a substituiu por “luz” por uma questão eufônica.

Ainda em 1924, Canetti volta à terra dos seus antepassados e passa cerca de um mês em Sófia, capital da Bulgária. Conversas com parentes sobre sua escolha profissional na química (que ele cada vez mais via com descrédito), sobre os movimentos de massa vistos nos últimos anos e sobre a disposição de muitos sefarditas de migrarem para a Palestina (ainda não existia o Estado de Israel). No fim do ano, a mãe retorna e todos passam a morar apinhados no apartamento de Frau Ring, no número 3 da Radetzkystrasse. Numa galeria próxima ao Instituto de Química, Elias topa casualmente com o “Triunfo da morte” e outros quadros de Pieter Brueghel que o fascinarão pelo resto da vida.

Elias narra um pouco do ambiente literário, das transformações culturais e das transgressões estéticas da Viena dos anos 1920. A onipresença do linguajar freudiano o incomodava e o pai da psicanálise passaria a ser um dos seus alvos preferidos, principalmente no tema das massas. Sozinho, nas montanhas de Gries am Brenner, estuda muito contrariado o Psicologia das massas e análise do eu. Por conta das leituras, registra, sem muita organização, reflexões sobre um princípio emanado em sua mente algumas semanas antes, nos arredores da universidade (o livro resultante só viria à tona trinta e cinco anos depois: Massa e poder.). A viagem foi marcada por contratempos e brigas, e já mostram um jovem cheio de si, a despeito da inexperiência.

VIENA: 1926–1928

O apartamento de Veza, na Ferdinandstrasse, nº 29, se torna rotina nas andanças de Elias. O relacionamento que daí cresce tem como combustível principal o amor pelos livros. Canetti, muito influenciado por Kraus, se surpreende ao ver a liberdade e a autonomia da menina que ousava ler Heinrich Heine, detestado pelo mestre. Juntos discutem Goethe, Shakespeare, Hebbel, e brigam sobre Flaubert e Stendhal, cada um com um favorito, ou sobre Tolstoi e Gogol. Canetti moraria com Veza anos depois nesse mesmo espaço e viveriam nele até 1934.

A escritora Veza

Veza se tornará uma grande poetisa e escritora de romances, com livros publicados em diversos idiomas, inclusive em português. Filha de mãe sefardita e de pai húngaro, a leitora de Heine, no entanto, não verá em vida o resultado de seus escritos. Seus romances são todos póstumos. A rua amarela, sua narrativa mais conhecida, reelaboração de muitos contos publicados no Arbeiter-Zeitung, só será lançada em 1990, quase trinta anos após sua morte. Além disso, todos os textos lançados ao longo de sua vida usavam pseudônimos, o que dificultou o reconhecimento de seu nome nos meios literários.

Apesar disso, nas últimas décadas, o valor de sua obra vem ganhando cada vez mais importância. Em Viena, muitas homenagens incluíram o nome de Veza na história cultural da cidade. Há inclusive uma praça e um prêmio literário para consagrar novos talentos. O projeto mais interessante chama-se VEZALEBT (Veza vive) e foi realizado em 2013, em comemoração aos cinquenta anos de sua morte. Foram tantos eventos diferentes que mais parecia um festival. Algumas instalações ainda estão ativas como a placa comemorativa colocada em frente ao prédio nº 29 da Ferdinandstrasse.

Placa onde se lê “a verdade está enterrada”, no prédio onde Veza Canetti viveu em Viena
Projeção em homenagem a Veza, em Viena

Em 1926, Mathilde e os dois irmãos vão para Paris e moram em um apartamento na rua Copernic. Um ano depois, Elias viaja para visita-los. O tema Veza surge nas conversas e Canetti se utiliza de subterfúgios literários para convencer a mãe sobre a importância da namorada. Uma visita ao Louvre com Georg revela longas conversas sobre pinturas, profissões e cidades. Na volta para a Áustria, passa por Colmar, região da Alsácia, onde fica o dia todo diante de um grande painel de Matthias Grünewald, Retábulo de Isenheim, no Museu de Unterlinden.

Em Viena, Elias procura um novo lugar para viver, com árvores e mais afastado da gravitação do apartamento da Ferdinandstrasse. Um anúncio o leva às proximidades do zoológico. É tão longe que tem de ir até a estação final do trem, cruzar um rio, subir uma encosta, para só então, após algumas vielas, chegar à Hagenberggasse, segunda casa à direita, nº 47. O quarto fica no terceiro andar. Da janela via parques e, no alto, o complexo Steinhof, sanatório chamado de “cidade dos loucos”. Logo que se instala, procura espaço para os livros e para os quadros da Capela Sistina, que o acompanhavam desde Vila Yalta, em Zurique.

Casa onde Canetti morou em Viena e onde escreveu uma de suas principais obras, Auto-de-fé.
Casa onde Canetti ocupou um dos quartos durante sua estadia em Viena

Nesse cômodo, Canetti escreve, alguns anos depois, um dos livros mais importantes da literatura universal: Auto-de-fé. Do lado de fora da casa, há hoje uma placa indicando que o escritor viveu nessa casa de 1927 a 1933. Há na autobiografia muitos detalhes sobre as relações estabelecidas com a dona do espaço, com a zeladora e com outros. Nessa época, Elias mantém um estreito ritual de tomar iogurte e comer pão com manteiga numa leiteria a cinco minutos dali, descendo a colina pela Auhofstrasse. Com essa dieta peculiar, economiza todo o dinheiro que pode para gastar em livros.

Pouco tempo depois de se estabelecer na Hagenberggasse, o jovem estudante presencia os desdobramentos de uma revolta operária. No dia 15 de julho de 1927, inicia-se um movimento espontâneo de massas que colocou a cidade literalmente em chamas. Resultante de um julgamento que inocentou os acusados de assassinarem trabalhadores, o frenesi coletivo toma conta das ruas e vem à tona após pronunciamentos brandos de órgãos governistas; deixa noventa mortos. Elias, fascinado desde a infância com esses fenômenos das multidões, participa e reflete sobre o que vê e sente:

Foi o mais próximo de uma revolução que experimentei pessoalmente. Desde então sei perfeitamente, sem precisar ter lido uma linha a respeito, como ocorreu o assalto à Bastilha. Tornei-me parte da massa, dissolvi-me completamente nela, sem sentir a mais leve resistência àquilo que ela empreendia. Admiro-me que, naquelas condições, eu tivesse capacidade de apreender todas as cenas individuais concretas que se desenrolavam diante dos meus olhos.”

BERLIM: 1928

Ibby Gordon, poeta húngara e amiga de Canetti, tenta a sorte como escritora na capital alemã. De lá, envia cartas contando sobre a publicação de seus escritos e, principalmente, sobre o ambiente que vivenciava na icônica Berlim dos anos vinte. Elias se encanta com os relatos repletos de nomes da intelectualidade germânica e aceita o convite para passar umas férias por lá ao invés de fazer as suas já tradicionais incursões às montanhas. Ibby o chama para traduzir os seus poemas, mas o que realmente o incentiva é a possibilidade de conhecer alguns autores que admirava.

Estação de metrô na rua Kurfürstendamm, onde Canetti viveu em Berlim

Canetti consegue uma oportunidade de trabalho como tradutor de uma biografia sobre o romancista americano Upton Sinclair. Wieland Herzfelde, editor da Malik, cede parte de sua residência, no número 76 da elegante Kurfürstendamm, para Elias realizar o projeto. O jovem de vinte e três anos se impressiona com a profusão de vozes, de sons e de cores. Ele tem a impressão de ser golpeado a todo instante pela diversidade vivenciada:

A vida intelectual que levávamos em Viena era esterilizada, uma forma especial de higiene, que proibia toda mistura (…) encontrei o contrário disso em Berlim, onde os contatos de toda espécie, constantes, eram parte do verdadeiro conteúdo da vida”.

Wieland é o cicerone de Elias e o apresenta a muitos artistas e intelectuais. Ibby também o acompanha entre almoços e encontros pela Marburger Strasse, uma das ruas mais representativas do que ficou conhecido como “os loucos anos 20” (contexto de recuperação econômica com uma incrível liberdade estética e sexual). Num restaurante, Canetti conhece um sujeito num disfarce proletário: Bertolt Brecht. Nada incomoda mais o jovem estudante do que ver alguém que finge ser o que não é e que não se compromete com a grandeza de sua obra. Enquanto Elias apresentava certo desdém pelo dinheiro e uma visão imaculada do artista, Brecht, apesar dos trajes, não escondia, por exemplo, sua ostentação por carros.

A agitada rua Marburger Strasse, em Berlim

Por meio de Brecht, Elias se encontra com Karl Kraus, que estava em Berlim algumas semanas antes da estreia de Opera dos três vinténs. Canetti emudece diante da figura do ídolo e mestre. Somente acompanha as conversas, contemplando os assuntos tratados. “Eu estava esmagado pela ideia de estar sentado à mesa de um deus.” O filho de Mathilde, que desde 1924 tinha assistido a todas as suas palestras, agora tem receio de dizer algo e mostrar por algum meio a sua devoção. Impressiona-se com a serenidade de Kraus:

Não lançava relâmpagos, não condenava ninguém. De todos os que faziam parte do grupo, umas dez ou doze pessoas, ele era o mais amável.”

Elias conhece também três pessoas que tiveram muito impacto: George Grosz, pintor alemão; Isaac Babel, escritor soviético de origem judaica; e Ludwig Hardt, ator alemão. A cada um deles Elias dedica longas páginas descrevendo as surpresas reveladas pelos encontros, como o inesperado presente de um atencioso Gorsz. De Babel, Canetti destaca a gentileza e a humildade. E de Hardt ele sentiu um abalo na imagem que fazia de Kraus, quando o ator declamou apaixonadamente Heine.

VIENA: 1929–1931

Na volta à Viena, Elias termina o curso de química e, para se sustentar, começa a traduzir livros. Agora adornam o seu quadro reproduções de Grünwald do Retábulo de Isenheim. Com as experiências vivenciadas em Berlim ainda frescas na memória, Canetti começa a esboçar alguns personagens que comporão o seu projeto de uma Comédia Humana dos Loucos (Comédie Humaine an Irren). O filho de Mathilde começa a buscar inspiração em tudo o que o ronda, seja o sanatório de Steinhof ou as pessoas e funcionários da leiteria. Por meio desses contatos, conhece Thomas Marek, um jovem paralisado dos pés à cabeça que, a despeito das limitações, é apaixonado por livros.

Elias começa a se encontrar frequentemente com Marek e deste diálogo surge uma imensidão de temas que perpassam dos assuntos mais triviais às grandes questões da humanidade, e tudo respaldado em muita teoria científica e filosófica. O novo amigo desperta em Canetti aspectos que estava desenvolvendo em seus escritos. Um dos personagens lhe era muito próximo: o “homem dos livros”. Era o início do que depois seria o eixo de Auto-de-fé (Die Blendung).

PARA LER

Uma luz em meu ouvido, Elias Canetti

Auto-de-fé, Elias Canetti

A rua amarela, Veza Canetti

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