Editorial

Cláudia Thomé
Narrativas midiáticas e deslizamentos
1 min readNov 27, 2019

As mudanças no campo da comunicação, com as possibilidades trazidas pelas novas mídias e pelo cenário de convergência, atravessam os modos de produção e de consumo de produtos audiovisuais, dentro do que Muniz Sodré conceitua como “bios midiático”. Vivemos a mídia como ambiência, como define Sodré (2002). Estamos imersos em um caldeirão de histórias, que se misturam e que se articulam em conexões, acessos, telas.

“O audiovisual conduz o mundo”, já disse Comolli (2001). “Pior. Ele o substitui, o fabrica à sua medida”, completa. Na fabricação de nossos mundos, em telas e em conexões, estamos consumindo e contanto, comentando e recontando, misturando nossas memórias a outras, mesclando histórias e também os gêneros e os formatos audiovisuais.Diante da convergência das mídias, a velocidade com que a narrativa midiática contemporânea se altera e é atravessada por novas possibilidades acena para a necessidade de uma análise de gêneros e formatos que se hibridizam, no “deslizamento” de um meio a outro. As tecnologias digitais aceleraram um fenômeno que, no entanto, não é tão novo.

Diante do que está posto, como estudar e classificar novas produções audiovisuais? O que será que é realmente novo no cenário de deslizamentos de narrativas entre plataformas? E quais são as estratégias para fisgar os fãs? São mesmo fisgados ou estão no controle?O desafio está posto. A ideia é criar um espaço de debate articulando trabalhos da graduação e da pós-graduação.

Apresentamos aqui análises e reflexões dos discentes da turma de RTVI na disciplina Formatos Audiovisuais, da Facom/UFJF, no segundo semestre de 2019. Vamos ver o que a turma nos conta. Convite feito!

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