Pedindo atenção

Foto: Matheus Ribeiro.

Nas proximidades da Livrarias Curitiba, um dos muitos personagens na Rua XV de Novembro aborda nossa reportagem para conversar. Trata-se do falante Leôncio Schuindt Bohrer, de 44 anos, morador em situação de rua na cidade de Pinhais. Como ele, estão pertences e caixas de sapato que usa para pedir dinheiro para as pessoas.

Embora estivesse pedindo doações para desconhecidos, Leôncio parou nossa equipe para conversar. Ele diz que adora bater papos de maneira aleatória durante o dia. Fala muito de acontecimentos de seu dia a dia e, sempre que tem oportunidade, conta sobre a complicada trajetória de sua família.

O pai de Leôncio morreu baleado no peito por um tiro de escopeta na cidade de Nova Friburgo. A mãe vive uma situação preocupante, pois está internada no Hospital Cajuru em decorrência de um câncer de mama. A irmã está ajudando a mãe no hospital. Ela é funcionária do Banco Bradesco e tem uma filha que é modelo. Ele ainda comenta de suas jornadas durante semana, como a madrugada do dia anterior, em que pegou uma chuva forte, molhando todas as suas roupas e pertences.

As histórias do pedinte podem ser interpretadas como uma estratégia dramática para ampliar as esmolas que busca receber. O estranho é que, aqueles que efetivamente param para ouvir o que ele tem a dizer, não chegam a ouvir os pedidos de contribuição.

Por Giancarlo Mazza

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Capital da Notícia
A XV de Novembro é uma rua de personagens

Medium do jornal laboratório do curso de Jornalismo do UniBrasil Centro Universitário