Aplicando o método científico na Gestão de Produto
Resenha elaborada a partir do texto Applying the Scientific Method to Product Management, de Danny Gold. O autor elabora um série de metodologias que ajudam a entender a necessidade do método científico e como aplicar no desenvolvimento de soluções em produto. Além de exemplificar com um case de um desafio comum da rotina de um Product Manager: a gestão das estimativas para priorizar no roteiro.
O autor incentiva o leitor a começar a experimentar o método científico, mesmo na resolução de problemas pequenos, podendo construir esse tipo de teste na cultura da empresa. Você pode mudar o momento da resolução de um problema para o entendimento do problema, e então, partir para a experimentação a fim de obter a solução correta.
As partes do método científico são: Geração das Hipóteses, experimentação e mensuração.
A Hipótese:
Momento onde podemos entender que cada fenômeno seja cada problema que temos de superar. Elucidando a hipótese, clareamos a compreensão do problema. Product Managers batalham para estabelecer e defender as prioridades pois é difícil agregar e integrar múltiplas perspectivas de valor na iniciativa. A hipótese de exemplo é a de que “PMs tem problemas estimando o valor inicial e limitar insights de grupos internos da empresa, como Vendas Marketing, CS”. Esse foi apenas um exemplo, mas podemos criar diversas hipóteses para o mesmo problema, e a intenção foi facilitar experimentações e mensurações, mais à frente.
O experimento:
Podemos começar pensando em possíveis soluções para ajudar os PMs a ganhar confiança estimando e priorizando as tarefas. Coletamos todos os estados dos times que participam deste processo e começamos com “Eu penso”, “Nós deveríamos”, “E se nós” e levamos ao estado de “E se”. Isso contribui para não se esquecer o que é mais necessário em cada estado.
No primeiro passo, vamos dividir a macro hipótese em mais blocos, como “quais os impactos das estimativas nos clientes”, e “qual a expectativa dos membros dos times quanto às estimativas”. Podemos pensar nas soluções usando o template de:
“Se nós <tentativa de solução>, nós podemos <expectativa de resultado>.”
Mensuração:
Para verificar a veracidade e eficiência dos experimentos, é necessário se pautar em dados. Essa mensuração pode ser assustadora, especialmente se a empresa utiliza muitos dados carregados de emoção e intuição. Os famosos “achismos”. Essa mensuração deve inicialmente ser focada no comportamento do usuário. É necessário encontrar o mais cedo possível os indicadores de probabilidade de atingir os objetivos de negócios. Eles são a chave para encontrar padrões que vão indicar as direções a atingir os desejos dos usuários. Para solucionar a própria hipótese de exemplo, observamos que quanto mais dados os PMs obtiverem, mais fácil será a estimativa e a priorização das decisões.
Depois de ter os números nas mãos e definidos os padrões, é o momento de setar métricas, que são usadas para as próximas vezes e outras hipóteses podem se beneficiar disso. Um grande benefício de trabalhar com números e métricas, é que eles são mais poderosos do que discutir opiniões.
Usando o texto de Gold como gatilho, podemos implementar o método científico para situações em que podemos contornar algumas dores de negócio, principalmente quando decompomos o problema em uma situação menor, e, às claras, analisamos a situação mais efetivamente, podendo testar mudanças e mensurar os novos resultados. Uma consultoria de marketing, que realizo diariamente, passa a ser mais efetiva quando entendido a raiz do problema, depois de decomposto toda a situação, e, com uma estratégia já mensurável, pode ser implementada mais assertivamente, devido à hipótese já ter sido testada em outras empresas e outros mercados.
Portanto, concluímos (e pretendemos seguir) os seguintes passos para o método científico:
- Clarear as hipóteses com observações e assumindo causas;
- Realizar um experimento que teste a hipótese que nos dá gatilho para para observar resultados;
- Com as saídas específicas, mensurar os resultados obtidos e validar se a solução foi obtida.
Em caso positivo de resolução, é importante armazenar essa solução e os próprios dados gerados para novas situações. Caso negativo, é necessário voltar na concepção da hipótese, pois pode ser necessário decompor ainda mais o problema, ou retornar nos testes do experimento, precisando de colocar ou trocar as variáveis a qual se propôs a avaliar. Este é um ciclo que se propõe a resolver os problemas de uma forma clara e observável, não se baseando, então, em emoções e achismos das equipes.
E aí? Você já usou o método científico para resolver alguma situação na sua empresa? Conta como foi sua experiência e o que podemos aprender com isso.
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