Foi quase!

O (quase) IPO da Tivit

Voltando a falar de IPOs por aqui ;)

Diego Gomes
Published in
5 min readOct 9, 2017

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No início do mês passado avistamos mais um IPO em terras brazucas: a Tivit, uma empresa de TI, havia lançado seu prospecto para um IPO de 30.993.481 ações com preços entre R$ 43,00 e R$ 51,00. Mesmo sendo uma oferta feita somente para liquidar as ações de acionistas (uma venda secundária) onde nenhuma parte do dinheiro iria para a empresa, vale a nossa atenção já que a empresa poderia valer algo em torno de R$ 4 bilhões no início do pregão.

Esse valuation de quase R$ 4bi aparentemente não foi tão bem visto pelo mercado. A Tivit encontrou resistência e reduziu o valuation para R$ 3.5 bi (leia aqui).

Mesmo depois de reduzir o valor da oferta com a ação girando em torno de R$ 35,00, a empresa acabou optando por desistir do IPO (saiu na Routers, Globo e IstoÉ).

Como fiz com a Netshoes, analisei o prospecto do IPO deles (no post que você pode conferir abaixo) mas acabei desistindo logo depois da queda da ação pela segunda vez. Fica aí o registro histórico. ;) Uma pena não ter rolado, mas desejamos sorte a empresa e todos os acionistas.

Boa leitura!

Sobre a Tivit

A Tivit é uma empresa que presta IT Services, com a maior parte da sua receita gerada através de soluções de gestão de infraestrutura de TI e de aplicações, além do processamento de pagamentos e transações. Para isso, construíram uma infraestrutura de nuvem híbrida segura e flexível para seus clientes.

Serviços

IT Services: Principal linha de serviços, responsável por 74% da Receita Líquida do semestre encerrado em 30/06/2017. Compreende soluções de gestão de infraestrutura de TI e de aplicações, além de processamento de pagamento e transações

Cloud Solutions: Lançada em 2010, os serviços de hospedagem/infra na nuvem já correspondem a 19% da Receita Líquida da empresa, e contava em 2016 com mais de 200 clientes. As soluções integram nuvens públicas e privadas (ou híbridas), incluindo serviços de gestão da nuvem, gestão de aplicações e infraestrutura.

Digital Business: Lançada em 2016, ela corresponde a 7% das receitas da empresa. Soluções IoT, em que utiliza soluções de sistemas de análise de dados focadas em transformar a experiência do consumidor e acelerar a competitividade dos clientes na economia digital.

Capitalização e recursos

A Oferta é uma distribuição pública secundária de Ações de titularidade dos Acionistas Vendedores, logo a Tivit não receberá quaisquer recursos em decorrência da realização da Oferta.

A oferta buscava apenas dar liquidez a alguns acionistas para que eles pudessem vender as ações ao mercado.

Um detalhe é que achei o endividamento relativamente alto.

Métricas financeiras

  • Receita líquida em 2017 (até 30/06): R$ 720,3 milhões;
  • Lucro bruto: em 2017 (até 30/06): R$ 172,1 milhões
  • EBITDA ajustado em 2017 (até 30/06):: R$ 168,8 milhões (23,9%)
Lot's of numbers!

Mesmo com a situação econômica do país, é interessante ressaltar que o crescimento em receita orgânica da Tivit entre 2013 e 2016 é equivalente ao dobro do PIB brasileiro no mesmo período:

Awesome growth!

Participação no mercado:

Em 2016, eles foram responsáveis pelo processamento de mais de 25,0 bilhões de transações de pagamentos, com picos de 2 mil transações por segundo. Isso representa mais de 50% de todas as transações de cartões de crédito e débito no Brasil, realizadas naquele ano.

Expansão: América Latina

Para fornecer seus serviços a Tivit conta com 9 data centers pela America Latina: 4 no Brasil, 2 no Chile, um na Argentina, Colômbia e Peru, respectivamente. Na prática, isso significa que ao longo de 365, a possibilidade dos servidores terem problemas é de 0,01%, ou o equivalente a 5:15 minutos fora do ar. Para eles, o caminho claro de expansão é aproveitar esses servidores e oferecer serviços para o resto da América Latina.

Estratégia de crescimento

Para crescer, a Tivit traça três principais linhas de ação:

Composição acionária

Principais riscos do negócio

O maior risco do negócio da Tivit é a concentração de receitas. 45% da receita bruta advém de 10 grandes clientes, com contratos de cerca de 48 meses (4 anos).

Se errarem a precificação dos contratos, o resultado é muito negativo já que não é possível alterar os contratos no futuro. Como eles têm preços fixos, a lucratividade fica comprometida por uma precificação ruim. Isso também é válido para o repasse de aumentos de custos de fornecedores e serviços.

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Diego Gomes

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