Decolonialismos
Teologia decolonial
Hoje muito se fala sobre as teorias e saberes decoloniais. Referem-se, principalmente, às novas epistemologias do sul global. A teologia também tem “pisado nesse terreno”, dando origem às chamadas Teologias Decoloniais.
O livro do Carlos Cunha é um exemplo de proposta de Teologia Decolonial, de uma perspectiva mais evangélica e em diálogo com outros saberes e com as sabedorias latino-americanas.
O “bem viver” como paradigma emergiu das Constituições da Bolívia e do Equador, na base de uma história indígena milenar e no horizonte de decolonização. Hoje compreendemos o “bem viver” como um processo histórico permanente de transformação do Estado do Bem-Estar para poucos em um Estado do Bem Viver de todos e para sempre.
Os quatro grandes conflitos que estorvam a realização do “bem viver” de todos (individual e coletivamente) são: (a) a acumulação dos bens em benefício de poucos, (b) o não-reconhecimento do Outro, © a aceleração da vida em função de sua total comercialização e (d) o esgotamento dos recursos naturais.
A afirmação de que ninguém precisa morrer de fome, ou de desprezo, nem de tédio, de exaustão ou de violência, torna-se bandeira de luta por uma organização social alternativa que aponta para o horizonte da subjetividade dos Pobres, dos Outros e da Natureza. A luta pelo bem viver é uma luta contra a morte antes do tempo e contra uma vida na qual a maioria se submete ao tédio de uma alienação generalizada. Na subjetividade do bem viver está embutido o equilíbrio entre direito e responsabilidade, saberes ancestrais e científicos. Na sociedade do bem viver, o indivíduo se desenvolve na comunidade, o trabalho integra o lazer, o jejum faz parte do comer. O bem viver é horizonte e encruzilhada entre ruptura sistêmica e conversão pessoal.
(Apresentação do livro — Carlos Cunha)
Você encontra a obra em www.editorasabercriativo.com.br