Deadpool 2 é mais do mesmo, ainda bem

Vinicius Machado
SALA SETE
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3 min readMay 24, 2018

No ano de 2016, antes de Batman vs Superman e Guerra Civil travarem suas batalhas na bilheteria, Deadpool estreou e deu uma chacoalhada no gênero com um humor mais ousado e absurdamente ácido. Era a primeira vez que o público se deparava com um filme de herói voltado para a comédia, e deu muito certo. Tão certo que já nas cenas pós créditos foi anunciado o segundo filme, que estreou na última quinta-feira (17).

Deadpool 2 traz o tagarela de volta a ação quando o super soldado Cable (Josh Brolin) chega em uma missão para assassinar o jovem mutante Russel (Julian Dennison). Para salvá-lo, ele conta com a ajuda de Colossus e seu novo grupo X-Force.

Dirigido por David Leich, o filme segue a mesma formula de seu antecessor. Mas isso não interfere em absolutamente nada. Ser mais do mesmo não é um demérito, mas um trunfo, ainda mais em comédia que é fácil de saturar.

Ainda assim, há uma tentativa de trazer mais camadas ao personagem, que em determinado momento funciona bem, mas toda a profundidade cai por terra por conta das piadas que não param momento algum. A liberdade com que o filme utiliza suas sacadas é impressionante, sair delas sem nenhum arranhão com os departamentos jurídicos é ainda mais. DC, X-Men, Wolverine, Vingadores e diversas outras referências pops não escapam das sátiras e das ofensas gratuitas. Até uma abertura ao maior estilo 007 acontece.

Algumas piadas também são requentadas do primeiro filme e ainda assim continuam funcionando, assim como o elenco de apoio do filme, como é o caso de Zazie Beets no papel da Domino, uma mutante cujo seu poder é ter muita sorte. Todas as suas cenas são excelentes que dá vontade de ver um pouquinho mais.

Celine Dion fez até um clipe para o filme

Josh Brolin também faz um bom trabalho no papel do vilão Cable. O personagem pode parecer deslocado em meio a tanta bizarrice, mas é proposital e ele vai perdendo toda a pinta de Exterminador do Futuro conforme o filme vai se desenrolando. De quebra ainda rola uma participação especial de um mutante bem conhecido pelo público.

Mesmo assim, ainda é Ryan Reynolds que leva o filme nas costas. Ao lado da dupla de roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, ele coloca as piadas que quer e parece não ter filtro algum para isso. É um ator que não se leva a sério e sabe que isso é um de seus maiores trunfos. Reynolds está para Deadpool assim como Hugh Jackman está para Wolverine.

Deadpool 2 cumpre como ninguém sua proposta de divertir e ser uma comédia sem o menor escrúpulo. É um filme que até tenta dar alguma relevância aos seus temas, mas no fim de tudo ele mais parece aquele amigo impossível de conversar sobre qualquer coisa mais séria. Não há nada de inovador, e tá tudo certo. Afinal, Vingadores: Guerra Infinita já foi o responsável por proporcionar um tom mais sombrio. Só nos resta saber até quando Reynolds e sua turma terão fôlego para segurar essa mesma fórmula.

A cada ano que passa, fica mais claro que Super-Herói não é um gênero, mas um tema que pode ser abordado de diversas formas.

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Vinicius Machado
SALA SETE

Jornalista, cinéfilo, fanático por Star Wars e editor do blog Sala Sete. Escreve sobre filmes e não dispensa uma boa conversa sobre o assunto.