CampoBosco 2014:

Miguel Mendes
Salesianos Comunicação
4 min readOct 8, 2014

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Vamos contigo!

Peregrinação juvenil levou mais de 400 jovens de Portugal e Espanha aos lugares santos salesianos

“Vamos contigo donde quiera que tu vayas…” escutava-se repetidamente no pátio de Martí Codolar na primeira noite do Campobosco 2014. Era o hino do encontro e era importante que ficasse gravado na memória, apesar do turbilhão de sentimentos e ideias que nos invadiam a mente naquele momento.

Os 16 portugueses (catorze participantes e dois membro da equipa zero) juntaram-se aos 400 espanhóis em Martí Codolar, a casa de Barcelona onde Dom Bosco tirou a conhecida foto de Barcelona. Juntos iriamos em peregrinação aos locais santos salesianos, os mesmo lugares que viram Dom Bosco nascer, crescer e morrer; os mesmo lugares que viram a Família Salesiana nascer. Toda aquela alegria, festa e carinho por Dom Bosco eram demasiado impactantes para alguém que, como eu, não estava por dentro dos ambientes juvenis salesianos. Mal sabia que aquilo era apenas o início de nove dias intensos a nível físico e emocional.

A visita à Barcelona Salesiana marcou o segundo dia desta peregrinação, e falar da Barcelona Salesiana é falar de Sarrià, um bairro em que se encontram as Escolas Profissionais de Sarrià e também Can Prats, lugar que alojou Dom Bosco durante a sua visita a Barcelona e onde teve o famoso sonho das missões. Ali perto, as Filhas de Maria Auxiliadora acolheram também os participantes na Torre Gironella, a primeira casa das Salesianas em Espanha. Nesta visita à Barcelona Salesiana, também passámos pelo Tibidado, uma montanha oferecida a Dom Bosco durante a sua visita, com o objetivo de ali se construir um templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

O terceiro dia era aguardado com expetativa pelos mais de 400 participantes que às 6.30h já estavam nos “campobus” a caminho do Colle Don Bosco, lugar de nascimento de Don Bosco. Apesar do cansaço das 15 horas de viagem, a chegada ao Colle foi vivida com muita intensidade por todos nós. Aquela era a casa de Dom Bosco, mas era também a nossa casa.

Acolhidos pela Madre Yvonne Reungoat, Superiora Geral FMA, com aquele sorriso tão genuíno que a caracteriza, a visita a Mornese e à Valponasca no dia seguinte foi, para mim, uma surpresa! Apesar da chuva, que obrigou a alterar os planos do dia, a descoberta de Maria Mazzarello, da sua Fé e do seu trabalho com as meninas pobres de Mornese, foi um dos pontos altos deste CampoBosco.

Íamos a meio do CampoBosco quando partimos à descoberta dos lugares de infância de Dom Bosco, e o quinto dia seria passado ali mesmo no Colle Dom Bosco, onde visitámos a casa onde cresceu e o Prado dos Sonhos, o mesmo que aparece no famoso “sonho dos nove anos”. Mas este dia foi também um dia de descoberta interior, repleto de momentos de oração, eucaristia e celebração da reconciliação. Nesta descoberta da juventude do “pai e mestre dos jovens” visitámos também no dia seguinte Castelnuovo, Chieri e outras povoações que foram importantes no caminho de Dom Bosco e de Domingos Sávio.

Em Turim, no sétimo e oitavo dias, ficámos a conhecer o “padre” João Bosco e a fundação do primeiro oratório, Valdocco. Visitámos também outros lugares especiais na vida de Dom Bosco como a Igreja de S. Francisco de Assis, a Igreja da Consolata, ou o mercado de Porta Palazzo de onde Dom Bosco conhecia muitos dos jovens que levava depois para o Oratório. Dom Bosco esteve também presente através da presença constante do seu sucessor, o Pe. Ángel Fernandez Ártime.

Estes dois dias encerravam a nossa peregrinação aos lugares santos salesianos, mas o regresso foi assinalado bem ao estilo salesiano, com uma festa com vários números preparados pelas várias inspetorias.

No dia seguinte, as 15 horas de viagem foram vividas de maneira completamente diferente. Se à ida foi a espectativa que nos dominou, o regresso foi dominado por um forte sentimento de gratidão por tudo o que vivemos e trouxemos connosco.

Sabia que além de “turismo religioso” esta peregrinação ia ser também um tempo de reflexão e descoberta interior… O que eu não sabia é que Dom Bosco e Maín iriam roubar o meu coração da forma como o fizeram.

A convivência com jovens, salesianos, salesianas e cooperadores fizeram-me sentir parte desta grande Família Salesisna e agora, um mês depois, começo também a perceber que o desafio deste Campobosco é precisamente o de levar levar um pouco de tudo isto para as nossas realidades. Como se dizia por lá… O verdadeiro Campobosco começou no dia que terminou e para isso é preciso compromisso!

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