“Poles in balance: from NASA to the World” | Arte por Raul Andreo de Paiva

Polos em equilíbrio: da Nasa para o mundo

Biomagnetismo oferece caminhos não invasivos de cura a diversas enfermidades

Meryane de Hollanda
9 min readNov 25, 2020

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As terapias alternativas estão tendo cada vez mais destaque. Muitos têm buscado esses tratamentos complementares e descobrindo que é possível tratar e cuidar do corpo e da mente de uma forma mais natural, integrada à medicina convencional, mas menos invasiva. Essas práticas integrativas e complementares em saúde, as PICS, são definidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como todas as terapias que não são utilizadas pela medicina tradicionalmente conhecida.

Em 2006, no Brasil, foi publicado pelo Ministério da Saúde um programa de apoio às PICS, ampliando as possibilidades efetivas de melhora da saúde dos indivíduos e proporcionando o oferecimento de novos caminhos. Muitos profissionais da saúde, adeptos da medicina convencional, já indicavam algumas dessas técnicas para tratamento de inúmeras enfermidades em conjunto às técnicas tradicionais.

A maioria dessas terapias têm suas raízes nas terras do Oriente, mas já são bem conhecidas por todos, como a acupuntura, o reiki, a ioga, a auriculoterapia, a fitoterapia, com atuações e resultados próprios. O que vamos destacar é uma teoria que surgiu em 1988 e tem ganhado cada vez mais adeptos do mundo das terapias complementares, o biomagnestismo ou Par Biomagnético. Desenvolvido pelo médico fisioterapeuta mexicano Dr. Isaac Góiz Duran, o biomagnetismo é um sistema terapêutico que consiste no uso de ímãs para auxiliar o organismo a combater parasitas, bactérias, fungos, vírus e outros microorganismos que causam inúmeras doenças. Para entender melhor sua atuação, primeiramente vamos saber algumas informações a respeito do médico criador e de como ele desenvolveu essa vertente que já é encontrada nas principais clínicas de terapias alternativas do Brasil.

DR. GOIZ E A NASA

O médico mexicano Dr. Isaac Góiz Duran ficou intrigado depois de saber que os astronautas da Nasa retornavam do espaço com distúrbios psicológicos e com uma perna mais curta que a outra. Para que os astronautas não retornassem dessa forma, foram construídas cápsulas magnéticas nas naves e os indivíduos ficavam cerca de meia hora por dia dentro dela, até a volta para a Terra. Assim, ao retornar, eles estão com as pernas alinhadas e não apresentam tais distúrbios.

Dr. Isaac Góiz, que também atuava com acupuntura e já se questionava sobre encurtamento em seus pacientes, resolveu usar esses ímãs em alguns deles, unindo os pontos da acupuntura aos seus estudos e à teoria do biomagnetismo.

O PRIMEIRO PACIENTE

Antônio, mecânico e vizinho do consultório do Dr. Góiz, tinha AIDS e encontrava-se em estágio avançado da doença, com baixíssimo peso, utilizando-se de cadeiras de rodas, tendo vômito e diarreia constantes. Era 1988 e o hospital na época recomendou que ele fosse para casa, porque não havia mais o que fazer para curá-lo.

Dr. Góiz iniciou sua pesquisa e testes com os ímãs nesse paciente. Na hora do primeiro atendimento, um curto circuito ocorreu em uma lâmpada, em cima da maca em que Antônio estava deitado. Ele, que era mecânico, disse ao doutor que aquilo era um “choque de cargas”. Nesse momento, o doutor pensou: “Se existe um polo negativo, tem que existir um positivo para gerar um equilíbrio. Assim também deve ser no organismo humano”.

Examinando o corpo de Antônio, encontrou seu ponto anatômico chamado timo, a glândula responsável pelo crescimento humano, que fica localizada bem no centro do peito, abaixo da traqueia. Ao tocar esse ponto com o ímã, a perna de Antônio encolheu. Buscou outro ponto ressonante no corpo de Antônio, o reto, localizado próximo ao ânus e observou que a partir disso, utilizando-se dos ímãs, o alinhamento voltou. O timo e o reto são pontos anatômicos usados pelo doutor para tratar o HIV. Então, após esse procedimento, Antônio foi para casa.

No dia seguinte, Antônio já estava se alimentando, não teve vômito nem diarreia. Em 15 dias, ele retornou ao consultório do doutor Góiz caminhando, com algum ganho de peso, ausência de vômito e diarréia, e trazendo consigo 18 outros portadores de HIV para conhecerem o médico. Eles receberam o mesmo procedimento com ímãs.

Mais tarde, esse grupo montou uma Associação e escreveu um livro em espanhol com o título: “Sí, SIDA es curable” (Sim, a AIDS tem cura).

COMO É FEITO O TRATAMENTO?

Depois disso, Góiz passou a estudar e buscar outros pontos no organismo humano. Hoje, são mais de 300 pontos no magnetismo e com esse sistema podem ser abordadas cerca de 95% das enfermidades humanas. Essas cargas magnéticas prometem trazer o equilíbrio da bioenergética do organismo em consequência do pH do corpo onde esse pH estiver em desequilíbrio, muito ácido ou muito alcalino, porque só existem vírus, bactérias, fungos e parasitas em uma região que esteja em desequilíbrio. Com o estabelecimento do equilíbrio do pH corporal, segundo a técnica, ocorre a morte desses fungos, bactérias, vírus e parasitas causadores de enfermidades.

A fisioterapeuta Adriane Viapiana Bossa é formada há quatro anos em biomagnetismo médico pela Universidade de Chapingo, no México, escola superior de ensino Dr. Isaac Góiz Duran, e coordenadora da pós-graduação em biomagnetismo e biogenética aplicados à saúde em Curitiba. Segundo ela, o tratamento com pares magnéticos ou biomagnetismo, consiste em sessões em que o paciente fica deitado em uma maca e o terapeuta identifica, através da observação do “fenômeno do encurtamento do hemicorpo direito”, um ponto de rastreio (manipulando os pés do paciente). Depois disso, busca, com o polo positivo, pontos anatômicos pré-determinados, até encontrar a ressonância para o ponto de rastreio e, então, formar o par biomagnético. Ocorre, assim, a despolarização dos polos formados pelas cargas em desequilíbrio.

O paciente fica cerca de 20 minutos usufruindo do impacto dos magnetos sobre os pares biomagnéticos, até sua total despolarização. Essa polaridade atua sobre diversas enfermidades biológicas como gripes, diabetes, leucemia, tireóide, fibromialgia, entre outras.

Depois do rastreio inicial, descobre-se quantas vezes será preciso repetir o procedimento de equilibrar a bioeletricidade do corpo com os ímãs. Geralmente, são necessárias até três sessões e um retorno a cada seis meses para manutenção no equilíbrio do organismo.

“O biomagnetismo é um sistema eficaz para complementar os tratamentos de saúde de forma natural e não invasiva, com mínimos efeitos colaterais e praticamente sem contra indicações. Pode ser utilizado integrado a qualquer outra forma de tratamento, seja alopatia, naturopatia ou outro sistema eficiente que auxilie o organismo no processo de estabilidade da saúde de forma integral”, sintetiza dra. Adriane.

COMO O BIOMAGNETISMO ENTROU NA VIDA DA DRA ADRIANE:

Dra. Adriane Viapiana Bossa é fisioterapeuta formada pela Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) há 21 anos, com pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia pela Univille (Universidade da Região de Joinville), ambas em Santa Catarina, de onde é natural. Veio com a família para Cascavel em 2014 porque já tinha familiares que moravam aqui.

Começou a estudar biomagnetismo depois que seu marido Clóvis Bossa ouviu falar na técnica, comprou ímãs e espalhou pelo próprio corpo na tentativa de curar uma dor de cabeça que o perseguia há quase 20 anos. Ele já havia passado por inúmeros tratamentos, mas sem sucesso de cura até então. Depois de uma noite de sono com os magnetos, ele acordou e aquela dor nunca mais retornou.

Observando tudo isso, Adriane resolveu buscar o conhecimento científico e estudar o biomagnetismo com o próprio criador da técnica, Dr. Isaac Góiz Duran, na Universidade Autônoma de Chapingo, no México e, após terminar o curso, trazer todo o seu conhecimento para aplicar em seus pacientes em Cascavel.

Dra. Adriane Viapiana Bossa (aluna) e Dr. Isaac Góiz (criador do biomagnetismo). Arquivo pessoal
Dra Adriane (aluna) e Dr. Isaac Góiz (criador do biomagnetismo). Arquivo pessoal

TESTES E RESULTADOS

Segundo Dr. Góiz, o biomagnetismo é o conjunto de cargas que identificam uma patologia. Sendo que essa está constituída por duas cargas principais de polaridade opostas, são formadas às custas da alteração fundamental do pH dos órgãos que a sustentam.

Em maio de 2009, na cidade de Marbella (Málaga), na Espanha, Dr. Raymond Hilu reuniu cerca de 129 pacientes com as mais diversas patologias para serem tratados pelo biomagnetismo. Todos os escolhidos eram pacientes de médicos e terapeutas de vários países como Espanha, EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Suécia, Finlândia e Índia, que foram por eles acompanhados, mas como observadores imparciais.

Uma amostra de sangue foi recolhida antes de serem submetidos ao tratamento com ímãs e outra amostra de sangue foi recolhida após o tratamento. Ambas seriam comparadas. Além disso, cada paciente trouxe a sua documentação médica que mostrava o diagnóstico feito antes do tratamento, como forma de documentar a eficácia da terapia em questão. Os resultados foram os seguintes:

Dos 129 pacientes estudados, 86 foram totalmente curados; 38 tiveram uma melhora significativa; e 5 não modificaram seu diagnóstico inicial. Assim, a cura completa ou parcial ocorreu em 96% dos pacientes testados, sem nenhuma medicação, apenas com o uso dos ímãs.

Essas curas se deram nas seguintes doenças: hepatite, epilepsia, adenoma de próstata, câncer de mama, diabetes, dores lombares, fibromialgia, insuficiência renal, borreliose, câncer de próstata, candidíase, melanoma, mioma, leucemia, cisto de mama, imunodeficiência, hemorróidas, suposto autismo, anemia, déficit de atenção, microcalcificações, muco, VIH, síndrome autoinmune, síndrome de Menière, dermatite, colesterol elevado, úlcera péptica, artrite, asma, fadiga crônica, herpes, câncer de cólon, transtorno bipolar, papilomavírus humano, câncer de pulmão, cistite e câncer de bexiga.

Após o tratamento, o sangue, que se apresentou no primeiro exame como muito sujo e com mobilidade limitada, apareceu sob o microscópio como o sangue de uma pessoa saudável, movendo-se com liberdade e sem sinais de fungos ou bactérias. Isto é, a cura aconteceu somente com o uso do biomagnetismo. Segundo Dr. Hilu, “para que fosse possível eliminar essas bactérias e fungos, eliminar coágulos sanguíneos e melhorar a circulação, seriam necessários muitos medicamentos e, no mínimo, um tratamento durante vários meses”.

O BIOMAGNETISMO HOJE

Existem hoje mais de 15 mil terapeutas de biomagnetismo no mundo, especialmente na América Latina. Dra. Marta Galafassi, fisioterapeuta, formada na PUC Paraná há cerca de 30 anos, é proprietária da Clínica Apta em Cascavel. Ela utiliza os magnetos em conjunto com a acupuntura em diversos tratamentos, por isso, realizou em 2019, um curso de aperfeiçoamento da técnica na China. “As terapias complementares conseguem fornecer um resultado muito mais rápido com relação a dores, depressão, fibromialgia entre outras enfermidades e também uma grande redução quanto ao uso de químicas e medicamentos nos pacientes”.

Muitos profissionais da medicina e da fisioterapia ainda não se utilizam dessas terapias complementares em seu trabalho. A fisioterapeuta Bruna Araújo Formentão, formada pela Unioeste em 2010, com pós-graduação em ergonomia, não se coloca contrária à utilização de terapias complementares como o biomagnetismo, mas não as utiliza em seus tratamentos. “Acredito que, em muitos casos, apenas os movimentos trazem a cura do paciente. Mas em outros casos, pode ser que o tratamento peça algum tipo de complemento para ajudar o corpo a promover a autocura. Aí entram o biomagnetismo e as demais terapias complementares. Como o próprio nome já diz, elas irão complementar o tratamento, e isso com certeza poderá auxiliar na cura”.

Em setembro de 2020, foi fundada em Maringá a ABRABIO (Associação Brasileira de Biomagnetismo), com a incumbência de apresentar um projeto de lei na Câmara dos Deputados pedindo a regulamentação da profissão de biomagnetista. Hoje o biomagnetismo é uma ferramenta dentro das terapias complementares, que auxilia a medicina e a fisioterapia convencional a ajudar as pessoas que há tempo sofrem com milhares de doenças, buscando seu reconhecimento legal como profissão. No dia 27 de março de 2021, Dr. Isaac Goiz Duran faleceu, deixando uma herança de valor imensurável: o Biomagnetismo. Mas seus seguidores continuam levando seus ensinamentos e conhecimento para o mundo.

Dra. Adriane Bossa, Dr. Isaac Góiz e Clóvis Bossa; criador do biomagnetismo e fundadores da Associação Brasileira de Biomag
Dra Adriane Viapiana Bossa, Dr. Isaac Góiz (criador do biomagnetismo) e Clóvis Bossa

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