Animatrix: Second Renaissance

Provavelmente você será substituído por um robô no trabalho

Marcus Felix
Samhaus
Published in
4 min readApr 14, 2016

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Quando falamos de substituição da mão de obra humana por robótica logo pensamos nas linhas de produção de automóveis que faz uso da automação industrial em seus processos. Mas devido a novas tecnologias cognitivas computacionais, trabalhos antes vistos como insubstituíveis por robôs passam a ser ameaçados pela crescente capacidade que programas computadorizados tem de executar tarefas antes só delegadas a humanos.

Ainda existe uma divergência de opiniões sobre qual é o real impacto dessa tendência e se ela vai causar a demissão de milhares de pessoas em poucos anos, porém, segundo o New York Times, os robôs chegaram a Wall Street e estão tomando o emprego de analistas financeiros da Goldman Sacks e Barclays. Com acesso instantâneo a incontáveis registros financeiros interpretados por algoritmos sofisticados, esses robôs apresentam um nível de produtividade jamais imaginado por um humano, colocando os analistas júnior em maus lençóis.

Machine Learning

Através do uso de tecnologias como Neural Networks e Big Data, scripts de computador com acesso a grandes bases de dados são capazes de detectar padrões, prever acontecimentos, tomar decisões e interagir com outros sistemas igualmente inteligentes através da internet. Em outras palavras, são programas que aprendem de modo a se tornar cada vez mais eficientes.

Um script de rede neural para previsões pode ser tão simples como esse trecho de código em Python:

X = np.array([ [0,0,1],[0,1,1],[1,0,1],[1,1,1] ])
y = np.array([[0,1,1,0]]).T
syn0 = 2*np.random.random((3,4)) - 1
syn1 = 2*np.random.random((4,1)) - 1
for j in xrange(60000):
l1 = 1/(1+np.exp(-(np.dot(X,syn0))))
l2 = 1/(1+np.exp(-(np.dot(l1,syn1))))
l2_delta = (y - l2)*(l2*(1-l2))
l1_delta = l2_delta.dot(syn1.T) * (l1 * (1-l1))
syn1 += l1.T.dot(l2_delta)
syn0 += X.T.dot(l1_delta)

Duas formas de pensar

Segundo o livro Rápido e Devagar — Duas Formas de Pensar, a mente humana tem duas formas de pensar, uma rápida e outra devagar. A forma rápida é intuitiva e espontânea e a devagar é racional e ponderada. Passamos a maior parte da vida cognitiva em modo rápido de pensamento, decidindo e resolvendo problemas de maneira ágil, mas quando uma decisão importante deve ser tomada, o modo lento vem a tona para recorrer ao modo estatístico e lógico do cérebro para tomar a melhor decisão. Segundo o livro, tomadas de decisões rápidas são geralmente desastrosas por que o modo rápido de pensamento é influenciado por emoções, estímulos e sensações que estão prontamente disponíveis ao sistema nervoso central. O modo lento é mais custoso. Exige tempo e energia devido o uso de estatística, memória e outros modos racionais de pensamento para chegar a uma conclusão lógica.

Humanos são incríveis pela sua capacidade de alternar entre esses dois modos que são perfeitamente complementares tomando a vida e seus desafios como um todo. Porém a busca por eficiência vê essa característica humana como um empecilho que as vezes custa caro. Seja por excesso de confiança ou negligência, muitos CEOs e executivos vêm sua carreira desmoronando diante de decisões precipitadas feitas pelo modo rápido de pensamento. Temos aqui um motivo suficientemente grande para substituir humanos por robôs.

Carros que dirigem sozinhos

Um outro exemplo de substituição da mão de obra humana é o caso dos carros que pilotam sozinho. Segundo Elon Musk, CEO da Tesla Motors, seus veículos fazem uso de machine learning para processamento do grande volume de dados obtidos pelos sensores de todos os tipos espalhados pelo carro para calcular previsões acertadas sobre o comportamento dos outros carros na pista. Além disso, a informação coletada e interpretada é compartilhada na rede para acesso de outros veículos conectados a rede.

A geração de previsões é tão rápida que existe até um debate sobre a possibilidade desses carros serem programados para atropelar pessoas em casos onde não atropelar alguém é impossível. Isso levanta sérias questões sobre a confiabilidade desses algoritmos ao mesmo tempo que nasce uma nova área na filosofia: Ética para automóveis auto pilotados.

Por que isso importa?

Nosso mundo caminha rumo a um futuro mais eficiente e sustentável. Eficiência significa desempenhar tarefas com o menor uso possível de recursos, seja eletricidade ou dinheiro. Usar robôs com capacidades cognitivas é um grande exemplo de como tornar tarefas antes desempenhadas por humanos mais eficientes.

A não ser que você trabalhe com o desenvolvimento desses algoritmos, qualquer profissão pode estar ameaçadas em pouco tempo por um robô que trabalha 24h por dia e fica mais eficiente a cada minuto que passa.

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