O hip hop é uma passagem só de ida

Bem à vontade, a bailarina Pamela de Brito se empolga em falar sobre a importância do seu contato com a cultura hip hop.

Sapere Aude
SAPERE AUDE CMM

--

Há 12 anos, Pamela de Brito estudava teclado em uma escola de música quando descobriu que o lugar também oferecia aulas de break, e diz que apesar de não ter se saído bem na primeira aula, insistiu e acabou encontrando não só um passatempo, mas um refúgio onde poderia esquecer seus problemas pessoais e familiares. Com o tempo, Pamela descobriu que a dança não se tratava de um universo à parte e que era englobada por uma cultura específica, e assim conheceu o conceito de cultura hip hop. “Eu nunca vi ninguém que conheceu o hip hop e teve alguma experiência ruim, muito pelo contrário, só exemplos de gente que melhorou de vida”, revela esbanjando um sorriso. “Você aprende sobre trabalho em equipe, organização, humildade, coisas que vão te fazer crescer como pessoa”, lembrando-se ainda de suas alunas pré-adolescentes, as quais acompanha o progresso.

Apesar de amar o contexto em que está inserida, não ignora as dificuldades e preconceitos no caminho. Mesmo depois de muito tempo de sua gênese tanto dentro quanto fora do Brasil, as pessoas ainda têm visões equivocadas do gênero. Isso vem diminuindo graças a alguns expoentes que ganharam espaço na mídia, além de dançarinos do estilo que, por sua qualidade, são procurados para dançarem ao lado de cantores famosos. Ela ironiza: “Isso gerou alguns conflitos entre o pessoal mais underground e o mais mainstream, o que eu acho uma besteira”. Em tom de desabafo, ela diz que como mulher é difícil se impor pois ainda não aprenderam a levar a dança como expressão. “Acabamos tendo bem menos espaço, que apesar de crescente ainda é muito menor que o de homens”.

Por fim, Pamela afirma se sentir uma embaixadora dessa cultura, que já a levou para diversos lugares tanto dentro quanto fora do Brasil. Em 2011, a bailarina foi premiada no festival Rock In Rio, o que lhe é motivo de orgulho. “Um dos caras que dançava comigo hoje acompanha as turnês da Madonna. Para muitos pode parecer pouco, mas você ver a dimensão que tudo isso vem tomando com certeza é muito bonito e gratificante”.

Confira aqui um vídeo da entrevista com Pamela de Brito:

Escrito por Bernardo Gasino
Fonte (imagem): Max Miranda

Volte à página inicial da SAPERE AUDE

Volte à página inicial da FURO NO MURO

--

--