Construindo uma visão de produto para o futuro da Centauro

Bárbara Salera
sbf-tech
Published in
4 min readApr 29, 2021

O papel do design e nosso passo a passo na construção de uma visão de futuro dentro de um ambiente complexo.

Em tempos de pandemia, muitos times de tecnologia (Produto + Design + Engenharia + Dados) foram criados e formados de forma totalmente remota. A minha chegada no Grupo SBF como líder de design não foi diferente, cheguei em um cenário complexo de mais de 20 times sendo construídos simultaneamente. Como eu, atuando como líder de design, poderia ajudar a minimizar as incertezas dos nossos times?

Entre várias dores e oportunidades diagnosticadas, a que mais chamou minha atenção é o fato de que estávamos construindo novos produtos, soluções ou funcionalidades em silos. Ao meu ver, isso é um efeito colateral da estrutura de trabalho de times, em que pequenos grupos ficam responsáveis por partes diferentes da evolução de um mesmo produto ou serviço. E, é claro, também um efeito do trabalho remoto. A necessidade de estar em constante alinhamento e termos a visão mais clara do todo fica mais aflorada.

Como todos nossos produtos se conectam? Como provemos uma experiência consistente e que promova o famoso “uau!” nos clientes? Como seria a imagem de um futuro desejável para todos? E como, além disso tudo, inovamos?

Para encontrar respostas para essas dúvidas, decidimos criar uma visão de futuro para a experiência digital dos clientes da Centauro.

A visão de uma empresa é uma declaração do que ela espera em um futuro ou determinado espaço de tempo. Ao contrário da Missão que descreve o presente, o agora, a razão de a empresa existir, a visão específica como a empresa deve ser vista, o que deseja realizar ou aonde quer chegar.

Entendemos que nossos maiores objetivos então seriam:

  1. Estabelecer um senso de direção: tangibilizar o que a organização pretende ser no futuro
  2. Prever mudanças: entender com clareza o que é preciso mudar na organização ou como ela precisa mudar para que a visão seja concretizada
  3. Sermos mais proativos do que reativos: unir as pessoas e impulsioná-las a buscar seus objetivos apesar de todas as dificuldades

Partimos então para mão na massa!

Buscamos informações

1) Listamos nossas audiências e entendemos como cada uma delas se conecta com o universo do esporte.

2) Listamos todas as experiências que já estavam sendo construídas por todas as tribos e todos os times.

3) Fomos em buscas de referência em mercados diferentes, além do varejo.

4) Descrevemos quais seriam as outras experiências e funcionalidades que gostaríamos de ter a longo prazo.

Começamos a idear!

Escolhemos o aplicativo como canal para tangibilizar nossas ideias e projetamos a arquitetura e como os produtos e temas se encaixam em cada ambiente. Chegamos então em 05 ambientes de navegação:

Para cada ambiente, prototipamos como a experiência poderia ser. Mostramos no detalhe a estratégia e benefícios do ambiente para o cliente final e para o negócio, quais funcionalidades e serviços estariam ali agregados.

Testamos e buscamos feedbacks

Validamos o que construímos, apresentamos para nossos principais stakeholders e buscamos feedbacks sobre o que foi construído. (Nesse fórum havia pelo menos um representante de cada área da companhia: tecnologia, inovação, vendas, financeiro, pessoas… )

Entregamos

Nós acreditamos na premissa de que uma visão de futuro só é uma visão de futuro se é compartilhada por todos, como um farol que serve de guia para o barco. Então apresentamos para todo nosso time de tecnologia (cerca de 400 pessoas — entre desenvolvedores, cientistas de dados, product managers e designers).

Todo o trabalho foi feito remotamente e as ferramentas que nos ajudaram a chegar lá foram: Miro, Figma, Youtube e Google Slides.

Seguimos até hoje compartilhando essa visão com stakeholders de outras áreas e times interessados. Hoje, depois de quase 03 meses da primeira apresentação, olhando para nossos 03 objetivo lá atrás, entendemos que:

  1. Estabelecemos um senso de direção
    Os times têm mais clareza de como podem atuar para chegar nessa visão.
  2. Mudanças à vista
    Entendemos, por exemplo, que poderíamos alterar a forma como os times e tribos estavam organizados.
  3. No caminho de ser mais proativos do que reativos
    Os times estão saindo cada vez mais do lugar comum e se provocando a imaginar, escolher, construir o seu futuro favorito.

Foi um exercício desafiador sob o olhar holístico da companhia, tendências do mercado, dores das nossas audiências e necessidade do negócio. Pensando bem, a visão de futuro é mais do que um exercício, ela pode se tornar uma força inspiradora, inspirando nossos times e trazendo o futuro para mais perto da gente :)

Se identificou com esses desafios e está afim de construir com a gente? Temos vagas! Se candidate.

Agradecimento especial: Lucas Schutz, Luiz Arthur Nascimento, José Luis Oliveira e Gustavo Pires

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