O esporte é realmente universal

Até aqui, o intercâmbio em Dublin tem proporcionado boas conversas sobre o assunto

Esdras Pereira
segue o jogo
3 min readApr 9, 2017

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(Foto: Pixabay)

É impressionante o poder que o esporte tem de aproximar a sociedade. Cheguei há uma semana para o intercâmbio em Dublin e, ao menos por enquanto, as conversas com algumas pessoas de outras nacionalidades quase sempre chegam a esse ponto. Até agora, as “pautas” das trocas de ideias por aqui giraram em torno de basquete, tênis e, obviamente, futebol. Não necessariamente nesta ordem.

A primeira pessoa com quem falei sobre esporte foi a Sara, uma americana que mora na mesma residência estudantil onde ficarei até o fim do mês. Escritora, ela é muito simpática e faz faculdade por aqui. Embora fale bastante rápido, quando começamos a falar de basquete, a comunicação tornou-se universal. Sara vive em San Antonio, no Texas, e é fanática pelo Spurs, time que joga a Conferência Oeste da NBA. Me contou que seu jogador preferido é o Tim Duncan, mas disse que também adora o brasileiro Tiago Splitter, com passagem pelo clube — e que atualmente joga pelo Philadelphia 76ers.

Ainda durante a conversa com a americana, soube que, por incrível que pareça, ela não é nem um pouco chegada a Kobe Bryant e Lebron James. Se entendi bem, por conta do estilo espalhafatoso e “estrelão” demais dos dois. Sobre futebol, embora tenha dito que em sua cidade não existe um time profissional, Sara comentou que o esporte está em ascensão, sobretudo pela presença maciça de mexicanos vivendo por lá.

Bom, com a escritora fanática pelo Spurs o futebol não se estendeu muito. Com um italiano que conheci num pub foi diferente: conversamos sobre a diferença de qualidade na peleja em seu país de uns anos para cá. Ele reconheceu e disse ter saudades dos tempos em que o Calcio era nivelado por cima. Napolitano, também lembrou de Maradona e Zico durante o papo.

Em um pub daqui, o gosto pelo futebol fica escancarado: bandeira e camisa do Celtic estendidas. (Foto: arquivo pessoal)

Mas, mais engraçado mesmo foi falar sobre o que é paixão no Brasil com um sul-coreano. Me contou que conhecia melhor apenas dois de nossos times: o Santos e o Internacional (o Colorado por conta de um torcedor brasileiro que o mostrou a camisa do clube). O alvinegro, adivinhem?! Por causa do Neymar. Eu disse que a Copa de 2002, em seu país, havia sido aparentemente bem organizada e que a Coreia do Sul tinha terminado bem, em quarto lugar.

“Você diz isso porque vocês foram campeões”, brincou ele comigo. “Vocês tinham Ronaldo”, emendou, apontando para a cabeça como quem lembra do penteado cascão do ex-atacante da seleção brasileira.

Com um francês, a pauta esportiva teve o tênis como norte. O rapaz, que não lembro o nome, afirmou que era seu esporte favorito. “About brasilian player, I just remember… (ele pausou, pensando por alguns segundos) Thomas Belutti?!” Assenti com a cabeça, confirmando a ele que realmente era um jogador brasileiro. Mas questionei: and Guga?! “Ohhh my god”, ele respondeu, como quem reflete: “Como pude esquecer do Guga?!” Realmente, para um parisiense, é praticamente impossível esquecer do brasileiro, tricampeão em Roland Garros.

Em apenas uma semana, a experiência por aqui está sendo fantástica. Obs: o esporte também está presente no videogame. A algumas horas, por exemplo, um belga deitou e rolou em mim no Fifa. 3 a 0 para o seu Barcelona contra o meu Bayern de Munique. Faz parte… Siga la pelota!

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